Morte Cerebral: Especialista Explica o Que Está Associado e Se Tem Como Evitar

A morte cerebral é um tema delicado que envolve a despedida de um ente querido, mas também a possibilidade de salvar outras vidas por meio da doação de órgãos. Para entender melhor essa condição, conversamos com o neurologista Dr. Guilherme Torezani, do Hospital Icaraí em Niterói.

A morte cerebral ocorre quando o cérebro para completamente de funcionar, de forma definitiva. Mesmo que a pessoa esteja conectada a aparelhos que mantêm o coração batendo e os pulmões respirando, a verdadeira vida, que é sustentada pela atividade cerebral, já não existe mais. É uma morte invisível, mas reconhecida pela medicina e pela lei, explica o especialista.

morte cerebral especialista explica o que esta associado e se tem como evitar (Shutterstock)

O Que Causa a Morte Cerebral?

A morte cerebral geralmente resulta de situações graves, como acidentes com forte pancada na cabeça, Acidente Vascular Cerebral (AVC) extenso ou quando o cérebro permanece sem oxigênio por muito tempo, como em uma parada cardíaca. Esses momentos dramáticos podem mudar tudo rapidamente, e o dano cerebral é tão severo que o cérebro não consegue mais retomar suas funções.

Embora nem sempre seja possível evitar a morte cerebral, algumas atitudes podem reduzir os riscos. Cuidar da saúde, controlar a pressão arterial e o diabetes, evitar o tabaco, utilizar cinto de segurança e capacete, além de procurar ajuda médica ao perceber sinais de AVC, são ações importantes. Contudo, a vida é frágil e, por vezes, tragédias ocorrem fora de nosso controle, enfatiza Dr. Guilherme.

Doação de Órgãos e Dignidade

Discutir a morte cerebral é também falar sobre dignidade. Quando o diagnóstico é confirmado, a certeza de que não há retorno pode abrir espaço para a doação de órgãos. Uma pessoa que parte pode oferecer a outros a chance de continuar vivendo. Isso é um ato profundamente humano — transformar a dor em amor. Conversar com a família sobre esse desejo é um gesto de empatia que atravessa gerações, conclui o neurologista.

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