Transplante de órgãos: entenda o sistema de doação no Brasil
O triste caso do Sr. Geraldo Vaz trouxe à tona questões importantes sobre os transplantes no Brasil. Após receber um fígado que apresentava câncer, ele precisou passar por um retransplante. Infelizmente, a doença se espalhou e atingiu seus pulmões, trazendo à tona dúvidas sobre a segurança e os protocolos do sistema de transplantes de órgãos no país. A situação suscitou indagações sobre como são feitas as triagens dos órgãos doados e quais etapas garantem que tudo ocorra de forma segura.
O Brasil se destaca com um dos maiores programas de transplantes do mundo, seguindo um rigoroso conjunto de normas. Todo o processo envolve diversas instituições, começando pela identificação do doador até a realização da cirurgia no receptor. De acordo com o Ministério da Saúde, o país alcançou um marco histórico em 2024, realizando mais de 30 mil transplantes pelo SUS — um aumento impressionante de 18% em comparação a 2022.
Como Funciona o Processo de Transplante
A Secretaria de Saúde de São Paulo explica que a doação de órgãos é um processo coordenado entre hospitais, a Central de Transplantes do Estado e a Organização de Procura de Órgãos (OPO). Esses três pilares são essenciais para garantir que as doações ocorram de maneira ética, segura e rápida.
Veja como funciona, passo a passo:
Um hospital avisa à Central de Transplantes sobre um paciente com morte encefálica confirmada, que é um potencial doador.
A Central então repassa essa informação para a OPO, que fará a avaliação inicial.
A OPO contata o hospital em questão para verificar se o doador é realmente viável para a doação.
Com a viabilidade confirmada, a OPO informa à Central de Transplantes.
Exames são realizados no doador, incluindo amostras para os testes de HLA e crossmatch, que ajudam a garantir a compatibilidade.
Com as amostras em mãos, a Central elabora uma lista de potenciais receptores compatíveis e a envia ao Laboratório de Imunogenética, que cuida da análise mais específica, especialmente para rins e pâncreas.
O laboratório executa os testes de compatibilidade e envia os resultados de volta para a Central.
Com a lista final de receptores, a Central comunica as diversas equipes de transplante.
Por último, as equipes realizam a cirurgia no hospital onde está internado o paciente que receberá o órgão.
O processo é extenso e garante que cada medida de segurança seja respeitada. É uma operação complexa, mas feita com o objetivo de salvar vidas. Esse tipo de cuidado é fundamental para que o sistema de transplantes continue a funcionar de forma eficaz no Brasil.