Obesidade no Brasil: um dos principais desafios de saúde pública
A obesidade é um tema que vem ganhando cada vez mais atenção, especialmente com os dados alarmantes apresentados no Atlas Mundial da Obesidade 2025. De acordo com o estudo, o número de adultos obesos triplicou nas últimas duas décadas, alcançando agora cerca de 31% da população no Brasil. Esse aumento significativo nos leva a refletir sobre hábitos de vida e a busca por uma saúde melhor.
O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, comemorado no último sábado (11/10), traz à tona a necessidade urgente de educar a população sobre os riscos dessa doença crônica. Reconhecer a obesidade como uma condição que influencia a saúde é crucial. O acúmulo excessivo de gordura no corpo não é apenas uma questão estética; ele está ligado a problemas sérios como diabetes e doenças cardíacas.
O Atlas revela que, em 2003, apenas 12,2% dos adultos eram considerados obesos. Esse número saltou para 26,8% em 2019 e não para por aí — já atingimos 31% em 2023. As projeções indicam que, até 2030, cerca de 24,8 milhões de homens e 33,6 milhões de mulheres podem apresentar esse problema no país.
Além disso, o aspecto social da obesidade é alarmante. O estudo mostra que 85% das pessoas que convivem com a obesidade já enfrentaram preconceito ou discriminação por conta do peso. Outro dado triste é que 68% das pessoas com sobrepeso também relataram experiências negativas relacionadas a isso.
Um dos grandes desafios é a falta de reconhecimento da obesidade como uma doença crônica, o que acaba minimizando a importância de um tratamento completo. É fundamental incluir acompanhamento médico, nutrição adequada, prática regular de exercícios e atenção à saúde mental. Essa abordagem ajuda a melhorar a qualidade de vida e a prevenir doenças graves.
A obesidade pode ser classificada em diferentes graus, utilizando o Índice de Massa Corporal (IMC). Aqui estão as categorias:
- Sobrepeso: IMC entre 25 e 30 kg/m²
- Obesidade grau 1: IMC entre 30 e 35 kg/m²
- Obesidade grau 2 e superior: IMC acima de 35 kg/m²
Embora o IMC seja uma ferramenta comum de avaliação, é importante lembrar que ele tem suas limitações. Uma pesquisa publicada sugere que um diagnóstico mais preciso deve considerar outros sinais clínicos, permitindo tratar a obesidade de maneira mais personalizada.
O tratamento da obesidade é complexo e requer uma equipe multidisciplinar. Até 2010, o Brasil oferecia opções de medicamentos baseados em anfetaminas, que apresentavam riscos e eficácia limitada. Muitas dessas substâncias acabaram sendo proibidas pela Anvisa devido às preocupações sobre sua segurança.
Assim, o caminho para lidar com a obesidade precisa ser consciente e abrangente, buscando sempre o bem-estar integral.