O que os gases podem revelar sobre a sua saúde?

Eliminado por todos e falado por poucos, vamos desmistificar um assunto que todos enfrentamos: a saúde intestinal e os gases. O gastrocirurgião Dr. Alvaro Faria, da Clínica Gastro ABC, conversou com a gente sobre essa questão que, apesar de desconfortável, é naturalmente comum.

A realidade dos gases

Peido, pum, flatulência… chame como preferir! Todo mundo passa por isso em algum momento. E embora o som e o odor possam ser engraçados ou constrangedores, o importante é saber que é normal. O doutor explica que eliminamos gases várias vezes ao dia, com odores diferentes dependendo dos alimentos que ingerimos. Por exemplo, um gás com enxofre, como o sulfeto de hidrogênio, vai ter um cheiro muito mais forte, ao passo que gases como nitrogênio e dióxido de carbono são praticamente inodoros.

O que causa aquele “cheirinho” indevido?

Os odores mais intensos podem surgir devido à nossa dieta. Se você tem um cardápio recheado de proteínas, como carne e ovos, ou alimentos como brócolis e repolho, a chance de produzir gases com cheiro forte é maior. Por outro lado, incluir frutas e arroz na rotina tende a resultar em flatos menos perfumados.

E quanto ao barulho?

Aquele famoso “pum sonoro” também tem sua explicação. O barulho é gerado pelas pregas anais durante a passagem do gás, não tendo uma ligação direta com o cheiro. Se a musculatura estiver relaxada e a quantidade de gás for menor, a expulsão será mais discreta.

Quando se preocupar?

Apesar de ser algo natural, é bom lembrar que existem condições de saúde que podem aumentar a produção de gases e causar desconforto. O doutor destaca a disbiose, que é o desequilíbrio da flora intestinal, como uma possível causa. Além de promover uma produção excessiva de gases, essa condição pode resultar em odores mais intensos. Alguns problemas mais sérios, como doenças inflamatórias intestinais, também podem afetar a digestão e, consequentemente, a quantidade de gás.

Quantas vezes é normal liberar gás?

Não existe um número exato, mas em média, uma pessoa pode soltar até 30 puns ao dia, totalizando cerca de 2 litros de gás. É claro que vale mais a pena prestar atenção ao que não está certo. Se você notar inchaço, dor abdominal ou mudanças drásticas nas suas evacuações, pode ser hora de buscar ajuda médica.

Senti um “pum” se movendo… É normal?

É comum sentir como se o gás estivesse se espalhando pelo corpo. Mas na verdade, os gases ficam restritos ao intestino. O que se ouve, geralmente, são os “borborigmos”, aqueles sons típicos do intestino em atividade.

Uma caminhada pode ajudar!

Uma dica simples para aliviar gases é dar uma caminhada. Isso auxilia na movimentação do intestino e favorece a saída do gás. O movimento do corpo ajuda a relaxar a musculatura enquanto promove a peristalse, que são os movimentos naturais do aparelho digestivo.

Pum e arroto: não são a mesma coisa!

Por último, é bom lembrar que pum e arroto são coisas diferentes. Enquanto o pum é a saída de gases pelo reto, o arroto ocorre no trato digestivo alto, sendo o resultado do ar que engolimos ao comer ou beber. Portanto, ambos estão relacionados à eliminação de gases, mas em momentos distintos da digestão.

Se você tem dúvidas sobre saúde intestinal, vale a pena ficar atento aos sinais do seu corpo e buscar informações sobre como melhorar a sua dieta e hábitos.

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