Mamografia é fundamental, alertam especialistas após caso de Val Marchiori

A empresária Val Marchiori compartilhou uma notícia difícil: ela foi diagnosticada com câncer de mama. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Val, visivelmente emocionada, comentou sobre seu receio em fazer mamografias e a tristeza por não ter realizado o exame anteriormente. A identificação de um nódulo na mama direita levou à biópsia, que confirmou um tumor maligno.

Em conversa com o Portal Caiçara, o oncologista Jorge Abissamra Filho explicou que diversos fatores podem aumentar o risco dessa doença. A idade é um dos principais, especialmente a partir dos 50 anos. Além disso, o histórico familiar e genético, a exposição a hormônios, e um estilo de vida pouco saudável — como obesidade, sedentarismo, tabagismo e alimentação rica em ultraprocessados — são outros pontos a serem considerados. Ele também mencionou que ter uma mama densa e exposição prévia a radiação no peito podem ser fatores adicionais de risco.

Embora o autoexame seja uma ferramenta valiosa para o autoconhecimento, ele não deve substituir os exames de rastreamento, como a mamografia, que é considerada a melhor opção para detectar a doença precocemente. O oncologista destacou que, além da mamografia, o ultrassom é especialmente indicado para mulheres com mamas densas, e a ressonância magnética pode ser usada em casos de alto risco.

Avanços nos Tratamentos

Jorge Abissamra também falou sobre os avanços no tratamento do câncer de mama. Hoje, temos opções como imunoterapia para tumores triplo-negativos, terapias-alvo que atuam contra o HER2, e inibidores de CDK4/6. Além disso, as cirurgias e radioterapias estão se tornando menos invasivas e mais personalizadas. A medicina de precisão também vem ganhando destaque, permitindo que testes genéticos ajudem a definir a necessidade de quimioterapia.

Outro ponto importante é o acompanhamento após o tratamento, que deve incluir consultas regulares, exames de imagem e monitoramento de peso e atividade física. O médico lembrou que é fundamental estar atenta a sinais de alerta, como a reaparecimento de nódulos, dores persistentes ou emagrecimento sem explicação.

No entanto, o diagnóstico precoce ainda enfrenta desafios no Brasil. Jorge apontou que a cobertura da mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é insuficiente, considerando a desigualdade entre as regiões e a falta de programas organizados de rastreamento, aliados ao medo e à desinformação que afastam muitas mulheres dos atendimentos.

A Importância da Mamografia

De acordo com uma pesquisa do Instituto Natura em parceria com o Observatório de Oncologia, menos de 24% da população-alvo realmente faz mamografias no Brasil. O número fica bem abaixo da meta de 70% sugerida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda mamografias a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos.

A radiologista Fernanda Philadelpho, também em entrevista ao Portal Caiçara, destacou o papel crucial da mamografia no diagnóstico precoce do câncer de mama. Quando a doença é detectada logo no início, as chances de sucesso no tratamento aumentam consideravelmente. A mamografia utiliza radiografias para gerar imagens detalhadas das mamas, permitindo a identificação de nódulos e outras anomalias. Apesar do desconforto causado pela compressão das mamas, esse procedimento é essencial pois melhora a visualização do tecido, garantindo uma dose menor de radiação.

Fernanda ressaltou que todo mundo deve incluir esse exame em sua rotina, mesmo sem um histórico familiar de câncer. O ideal é começar aos 40 anos para aquelas sem casos na família e aos 35 ou até 30 anos para quem tem, especialmente em parentes mais próximos, como mães. É sempre importante que cada caso seja discutido com o médico que acompanha a paciente, garantindo um enfoque individualizado para cada histórico pessoal.

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