FDA limita uso de flúor ingerível em crianças nos EUA

A FDA, a agência de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, anunciou novas restrições sobre o uso de flúor em medicamentos e suplementos que são ingeridos por crianças. Essas mudanças, feitas no final de outubro, nascem de uma revisão científica que apontou riscos à saúde e benefícios limitados na prevenção de cáries.

De acordo com as autoridades, quatro empresas foram notificadas por vender produtos sem a aprovação necessária. Esses produtos são especialmente problemáticos quando são direcionados a crianças menores de três anos ou a crianças mais velhas que têm baixo risco de desenvolver cáries. Além disso, profissionais de saúde receberam orientações sobre como usar esses compostos de forma mais segura.

Riscos do Flúor em Excesso

Embora o flúor tenha um papel importante na saúde dos dentes, o consumo excessivo pode causar fluorose dentária. Essa condição resulta em manchas brancas no esmalte dos dentes e, em casos mais severos, pode provocar fragilidade e desgaste dental ao longo do tempo.

No Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a quantidade de flúor na água adequada quando fica entre 0,6 a 0,8 mg/L. Essa faixa é eficaz na proteção contra cáries, garantindo que as crianças tenham dentes saudáveis sem correr riscos desnecessários.

Os suplementos de flúor, como gotas ou pastilhas, costumavam ser recomendados para crianças em regiões onde a água não tinha a quantidade suficiente desse mineral. Porém, a nova estratégia da FDA sugere que esses suplementos sejam usados apenas em situações muito específicas. A agência também listou possíveis efeitos adversos que ainda estão sendo estudados, como mudanças no microbioma intestinal, aumento de peso e até impactos no desenvolvimento cognitivo.

É importante destacar que essas novas regras não afetam produtos tópicos, como cremes dentais e enxaguantes bucais. Também estão fora das restrições os tratamentos com flúor que são realizados por dentistas. O objetivo da FDA é proteger as crianças pequenas de substâncias que podem não ter comprovação científica e incentivar práticas preventivas que sejam seguras e embasadas em evidências.

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