Estudo revela que combinação de medicamentos freia câncer de próstata

Um estudo recente trouxe boas notícias para quem enfrenta uma forma agressiva de câncer de próstata. Pesquisadores descobriram que a combinação de três medicamentos, o niraparibe, a abiraterona e a prednisona, pode ajudar a retardar o avanço da doença e, melhor ainda, manter a qualidade de vida dos pacientes.

Esse trabalho foi publicado na revista Nature Medicine e analisou quase 700 homens diagnosticados com câncer de próstata metastático sensível à castração. O que isso significa? Em termos simples, é um tipo de câncer de próstata que já se espalhou para outras áreas do corpo, mas que ainda pode ser tratado com hormônios.

Os participantes do estudo tinham mutações em genes que ajudam na reparação do DNA, como BRCA1 e BRCA2. Essas mutações tornam o câncer mais agressivo, mas, ao mesmo tempo, fazem com que o tumor seja mais vulnerável a tratamentos que inibem a reparação celular, como o niraparibe.

Divisão dos Grupos e Resultados

Os homens foram divididos em dois grupos: um que recebeu a combinação dos três medicamentos e outro que ficou com o tratamento padrão, que consistia apenas em abiraterona e prednisona. O objetivo era avaliar quanto tempo a doença demorava para voltar a avançar. Esse parâmetro é conhecido como sobrevida livre de progressão radiográfica.

Os resultados foram impressionantes. Aqueles que receberam a combinação dos três remédios apresentaram uma redução de 37% no risco de progressão ou morte se comparados ao grupo com o tratamento tradicional. E, para os pacientes com as mutações nos genes BRCA, essa melhora foi ainda mais significativa.

Na prática, isso quer dizer que para esses homens, a inclusão do niraparibe ajudou a manter o controle da doença sem comprometer a qualidade de vida. Os pesquisadores destacaram que os pacientes se sentiram bem física e emocionalmente durante o tratamento, mesmo enfrentando alguns efeitos colaterais.

Efeitos Colaterais e Monitoramento

Os problemas mais comuns enfrentados pelos participantes foram anemia e aumento da pressão arterial. Isso significa que é fundamental que esses pacientes continuem a ser acompanhados de perto pelos médicos. Apesar disso, os cientistas acreditam que os benefícios valem a pena, especialmente para quem tem essas mutações específicas, desde que haja um monitoramento rigoroso.

Essa é uma grande conquista, já que é a primeira vez que um inibidor de PARP, como o niraparibe, mostra resultados positivos em pacientes com câncer de próstata que ainda são sensíveis à castração — um marco, já que, normalmente, esses medicamentos são utilizados em casos mais avançados ou resistentes, quando as terapias já não costumam funcionar mais.

Os pesquisadores agora têm planos de continuar monitorando os pacientes para descobrir se essa combinação de medicamentos também consegue aumentar a sobrevida global, o que seria mais uma ótima notícia neste campo da medicina.

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