Estudo identifica 21 substâncias tóxicas em brinquedos no Brasil
Aparentemente, algumas das alegrias infantis podem esconder perigos. Um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP) descobriu substâncias nocivas como bário, chumbo, crômio e antimônio em brinquedos plásticos que são bem populares no Brasil. Isso mesmo: os objetos com os quais milhões de crianças brincam podem estar carregados de toxinas.
Essa pesquisa foi realizada em parceria com a Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e analisou 70 produtos que são fabricados nacionalmente. O resultado foi alarmante: boa parte desses brinquedos não atende às normas de segurança estabelecidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e as diretrizes da União Europeia.
Brinquedos na Mira da Análise
Conforme Bruno Alves Rocha, um dos pesquisadores envolvidos, é fundamental intensificar a fiscalização desses produtos. Ele comenta que o Brasil enfrenta desafios sérios no controle de brinquedos importados, especialmente os que vêm de lugares onde as normas de fabricação são mais brandas.
Surpreendentemente, quase 50% dos brinquedos analisados apresentaram bário em níveis que superam o limite permitido. Alguns chegando a estar até 15 vezes acima do que é considerado seguro! Essa substância pode causar arritmias e até paralisias. O que poderia ser um simples brinquedo se torna motivo de preocupação.
Além do bário, o estudo também flagrou níveis de chumbo que estavam quase quatro vezes além do limite aceitável. Essa substância é especialmente preocupante, pois pode levar a danos neurológicos que são irreversíveis, afetando a memória e até diminuindo o Q.I. das crianças.
Substâncias Tóxicas em Foco
Da análise realizada, foram identificados 21 elementos que podem ser prejudiciais à saúde, como alumínio, arsênio, cádmio, mercúrio e urânio. As taxas de liberação dessas substâncias variaram de 0,11% a 7,33%. Isso significa que, embora uma fração menor das substâncias esteja sendo liberada, os níveis totais encontrados continuam a ser preocupantes diante das altas concentrações.
Esse estudo é um alerta claro para que haja uma fiscalização mais rigorosa. É fundamental que a produção e a importação de brinquedos no Brasil passem por um controle mais efetivo, garantindo a segurança das crianças que são os maiores inocentes neste cenário.