Colírio de R$ 400 pode corrigir visão por até 10 horas?

Nesta semana, um colírio que promete corrigir a presbiopia — aquela dificuldade de enxergar de perto que vai aparecendo com o tempo — tem gerado burburinho nas redes sociais e na mídia. O preço, de cerca de R$ 400, fez o produto, chamado VIZZ, se destacar, especialmente com seus resultados que muitos consideram quase mágicos. Conversamos com o médico oftalmologista Gustavo Bonfadini, que nos esclareceu que, embora o colírio não seja um remédio milagroso, ele pode realmente ajudar a amenizar a “visão cansada” de várias pessoas.

O VIZZ é uma nova opção para quem já enfrenta a presbiopia. Ele promete deixar objetos próximos mais nítidos, sem afetar muito a visão de longe. Segundo Bonfadini, “O VIZZ é mais uma alternativa no manejo da presbiopia”. Então, se você está procurando uma forma de evitar os óculos, esse colírio pode ser uma saída interessante.

Como o VIZZ Funciona

Desenvolvido pela LENZ Therapeutics, o colírio foi aprovado nos Estados Unidos e tem uma fórmula específica com 1,44% de aceclidina. Essa substância age estimulando a contração da pupila, o que resulta na melhoria da focagem de objetos próximos, parecido com o que acontece em câmeras quando ajustamos o diafragma.

Os efeitos do VIZZ começam a aparecer cerca de 30 minutos após a aplicação e podem durar até 10 horas. Ele é indicado principalmente para adultos de 40 a 55 anos que preferem não usar óculos para ler. Contudo, vale lembrar que seu uso não é recomendado para quem tem catarata significativa ou outras condições oculares como glaucoma. E se você pretende dirigir à noite, é melhor procurar outra solução.

Bonfadini conclui que o VIZZ é uma boa opção, mas não deve substituir tratamentos definitivos, como lentes multifocais, lentes de contato específicas ou até cirurgia.

Possíveis Efeitos Colaterais

Como todo medicamento, o VIZZ pode ter efeitos colaterais. Bonfadini destaca que, nos estudos clínicos, os efeitos adversos mais frequentes foram leves, como ardor nos olhos, vermelhidão, dor de cabeça e dificuldades em enxergar em ambientes com pouca luz. Isso acontece porque a pupila fica contraída e, consequentemente, menor.

Para quem usa o colírio de forma contínua, há o risco de espasmos acomodativos, fadiga ocular e problemas ao dirigir à noite. Por isso, uma avaliação oftalmológica detalhada e acompanhamento regular são essenciais antes de começar a usar o produto.

Custo e Lançamento

A expectativa é que o VIZZ esteja disponível no mercado dos Estados Unidos no final de 2025, com as primeiras amostras sendo distribuídas já em outubro. O colírio custará cerca de 79 dólares para um mês de tratamento (25 doses), o que dá perto de R$ 426, ou 198 dólares para três meses (75 doses), equivalente a R$ 1.068.

O problema é que o custo pode ser elevado para muitas pessoas, e a falta de cobertura por planos de saúde pode limitar o acesso ao produto. E por aqui no Brasil, ainda não há previsão de quando a Anvisa vai analisar a liberação desse colírio no país.

você pode gostar também