Câncer bucal: fatores de risco e como se prevenir

A alimentação desempenha um papel fundamental na prevenção do câncer, já que nutrientes adequados protegem nossas células e diminuem o risco dessa doença.

Neste sábado, dia 1º de novembro, começa a Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal. Essa iniciativa, promovida pelo Ministério da Saúde, vai até o dia 7 do mesmo mês. A Lei nº 13.230/2015 incentiva ações de prevenção, debates e a divulgação de avanços no conhecimento sobre o câncer bucal. Vamos conhecer os fatores de risco dessa condição?

Conforme o Ministério, o câncer de boca e orofaringe atinge áreas como lábios e diversas partes da cavidade oral, incluindo gengivas, bochechas, céu da boca, língua – especialmente as bordas – e a parte inferior da boca. Os homens são os mais afetados, com esse tipo de câncer sendo o quinto mais comum entre eles no Brasil. O que é preocupante é que muitos diagnósticos acontecem em estágios avançados.

Fatores de Risco

O principal alerta do Ministério da Saúde está nos fatores de risco, como o tabaco e o álcool. Além disso, uma dieta pobre em frutas e vegetais também é um fator negativo. Para entender melhor essa relação, a nutricionista Adriane Dias falou sobre a importância da alimentação na prevenção do câncer.

“A alimentação tem grande influência tanto na prevenção quanto no tratamento do câncer bucal. Embora não exista um alimento milagroso, certos nutrientes ajudam a proteger as células de danos. Os antioxidantes, que podem ser encontrados em frutas e legumes coloridos, são ótimos para isso. Alimentos como cenoura, abóbora, brócolis, couve, tomate e frutas vermelhas são ótimos aliados”, afirma.

Por outro lado, existem alimentos que podem aumentar o risco de câncer. Os embutidos, como presunto, salsicha, salame e mortadela, são citados. Eles contêm nitritos e nitratos que, em excesso, podem se transformar em compostos que causam câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca os embutidos na mesma categoria de risco do cigarro, ou seja, o consumo contínuo tem relação com a doença. Mas calma, comer ocasionalmente não vai te causar câncer. O importante é evitar o consumo excessivo e priorizar alimentos frescos.

A nutricionista também ressalta que não existe quantidade segura de álcool. Mesmo em pequenas doses, ele eleva o risco de câncer de boca, garganta e esôfago. Portanto, é melhor ficar atento!

Quando o câncer é diagnosticado, um acompanhamento nutricional passa a ser essencial. O cardápio deve ser adaptado considerando a localização e a gravidade do câncer, os efeitos da quimioterapia e os desafios enfrentados na hora de mastigar ou engolir.

Recomendações Práticas

  1. Se houver dor ou dificuldade para mastigar: Opte por alimentos macios, como purês, sopas e mingaus.
  2. Dificuldade para engolir: O nutricionista pode adaptar a textura dos alimentos, tornando-os mais fáceis de ingerir, como líquidos mais espessos.
  3. Boca seca: Aumente a ingestão de líquidos e inclua frutas suculentas, evitando alimentos muito secos.
  4. Para enjoo: Alimentos frios e de sabor suave geralmente são mais agradáveis. Um picolé de limão com gengibre pode ser uma boa ideia para antes da quimioterapia.

É bom lembrar que os antioxidantes podem não ser indicados durante o tratamento quimioterápico, pois podem interferir com certos medicamentos. Portanto, sempre procure orientação profissional.

Outro ponto a ser considerado é a importância de observar feridas na boca que não cicatrizam por mais de 15 dias ou o aparecimento de manchas e caroços. Esses sintomas devem ser avaliados por um médico ou dentista. Um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença na eficácia do tratamento.

Se houver uma lesão suspeita, é necessário fazer uma biópsia para obter um diagnóstico preciso. Se o resultado indicar câncer, o encaminhamento para tratamento especializado deve ser imediato.

Principais Sintomas da Doença

  • Lesões que não cicatrizam por mais de 15 dias, podendo sangrar ou crescer.
  • Manchas ou placas vermelhas e esbranquiçadas na língua, gengivas ou bochechas.
  • Nódulos nos lábios, boca ou pescoço.
  • Rouquidão persistente.

Sintomas Avançados

Quando a doença avança, os sintomas podem incluir:

  • Dificuldade para mastigar e engolir.
  • Problemas para falar.
  • Sensação de algo preso na garganta.
  • Dificuldade em mover a língua.
  • Perda de peso.

Tratamento

Em geral, o tratamento do câncer bucal exige cirurgia para remover a área afetada, que pode variar em complexidade dependendo do tumor. O cirurgião de cabeça e pescoço avalia a situação e, com base em exames, determina a melhor abordagem de tratamento.

Além disso, a quimioterapia e a radioterapia podem ser necessárias. É um cuidado que exige um trabalho conjunto de diversos profissionais de saúde, para que o paciente tenha o suporte necessário durante todo o processo.

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