Aumento de problemas posturais em jovens: o que especialistas dizem
Nos dias de hoje, temos visto um aumento preocupante de jovens enfrentando problemas de coluna. Segundo o neurocirurgião Dr. Sergio Jordy, isso está diretamente ligado ao nosso estilo de vida cada vez mais sedentário e à exposição constante às telas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que, pelo menos, 80% das pessoas vão passar por dores nas costas em algum momento da vida. Essa questão não é apenas um incômodo; é a segunda maior razão para afastamento do trabalho.
À medida que mais jovens se queixam de dores na coluna, Dr. Jordy explica que o problema é frequentemente causado por passar muito tempo sentado, associado a uma vida com menos atividade física. Embora a coluna dos jovens seja mais flexível, isso não impede o acúmulo de microlesões que podem levar a um desgaste precoce. O especialista observa como nossas novas rotinas — repletas de telas e pouca movimentação — têm afetado a saúde da coluna, e esse não é um problema apenas para os mais velhos.
Fatores de risco
Entre os fatores de risco que têm se tornado mais comuns, estão o sedentarismo, a má postura, o sobrepeso e o uso de mochilas pesadas. Dr. Jordy aponta que hábitos nocivos podem acelerar o surgimento de problemas como herniações e lombalgia. Ele observa que, antes, esses problemas eram mais associados ao envelhecimento, mas agora eles aparecem com mais frequência entre os jovens.
“Temos visto um aumento no tempo que as pessoas passam sentadas, seja estudando ou no mundo digital, além da prática precoce de esportes de alto rendimento e o aumento do sobrepeso”, adiciona. O sedentarismo, sem dúvida, é um dos maiores vilões. Com uma rotina mais sedentária, a fraqueza muscular aumenta, o que acaba levando a mais lesões.
O impacto das telas
Outro fator que afeta muito os jovens é o uso excessivo de telas. Essa situação tem um nome: text neck, ou síndrome do pescoço de texto. Trata-se do desgaste na musculatura do pescoço devido à má postura enquanto se utiliza o celular ou computador. Além disso, o sobrepeso está se tornando cada vez mais comum entre adolescentes, e isso gera uma carga extra sobre os discos intervertebrais, acelerando a degeneração e aumentando a inflamação.
Sinais de alerta
É importantíssimo identificar esses problemas precocemente. Sinais como dor localizada na região cervical e lombar, que pode irradiar para as pernas ou braços, formigamento e rigidez são alertas que não devem ser ignorados. A avaliação médica é crucial. Exames como tomografia, ressonância magnética e outros podem ajudar a determinar a extensão do problema.
Tratamento e prevenção
Para tratar esses problemas, a abordagem varia de acordo com a idade e a gravidade do caso. O tratamento geralmente visa aliviar a dor, podendo incluir medicamentos, reabilitação funcional e fortalecimento muscular. Muitas vezes, voltar a uma rotina ativa é uma parte fundamental do processo. Para os idosos, é essencial levar em conta a osteoporose e outras condições que podem interferir na recuperação.
Em certos casos, a cirurgia pode ser necessária, especialmente se houver compressão nervosa ou dor persistente que não responde a outras formas de tratamento. A fisioterapia é uma aliada poderosa nesse contexto, aumentando a força e a flexibilidade e ajudando a evitar recorrências.
Mudanças de hábito
Dr. Jordy faz questão de destacar que pequenas mudanças podem ter um efeito significativo na saúde da coluna. Algumas dicas práticas incluem:
- Praticar exercícios físicos regularmente, focando em fortalecimento do core e alongamento.
- Ajustar a postura enquanto trabalha, estuda ou usa dispositivos.
- Manter um peso saudável.
- Fazer pausas a cada 40-50 minutos ao ficar no computador ou mexendo no celular.
- Cuidar para não sobrecarregar o corpo durante atividades esportivas e usar mochilas que sejam leves e bem ajustadas.
Com essas ações simples no dia a dia, conseguimos proteger nossa coluna e garantir um futuro saudável!