Tremembé: Justiça proíbe livro de ex-prefeito preso
Acir Filló, ex-prefeito e jornalista, chamou atenção com seu livro “Diário de Tremembé – O Presídio dos Famosos”. Na obra, ele compartilha suas experiências enquanto esteve detido no Centro de Detenção Provisória III de Pinheiros e na Penitenciária 2 de Tremembé. Esse local é conhecido por ter recebido diversas personalidades conhecidas, o que lhe rendeu o apelido de “presídio dos famosos”.
O interesse pela história de Filló cresceu com o lançamento de uma série no Prime Video, que se inspira em relatos reais de quem passou por essa penitenciária. Apesar da curiosidade despertada, o livro enfrenta um obstáculo: desde 2019, sua publicação e comercialização estão proibidas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A defesa de Filló planeja recorrer dessa decisão para tentar reverter a situação.
### O que há no livro?
Durante a leitura, o autor fala de encontros com figuras que chamam atenção na mídia, como Alexandre Nardoni e Cristian Cravinhos, ambos envolvidos em casos de grande repercussão. A narrativa inclui até momentos ocorridos no Departamento de Execuções Criminais de São José dos Campos. Como resultado, surgiram algumas dúvidas sobre a veracidade dos acontecimentos narrados e sobre a forma como as declarações foram atribuídas a essas pessoas, levando a uma investigação interna.
### A posição da defesa
A advogada de Filló, Lygia Frazão, está à frente do caso. Ela argumenta que a obra não infringe direitos de imagem ou privacidade e critica a decisão do tribunal. Para fortalecer sua defesa, Lygia cita exemplos de outras obras, como a biografia de Suzane von Richthofen, que teve a circulação liberada pelo Supremo Tribunal Federal. Suzane, vale lembrar, também passou um tempo em Tremembé após ser condenada pelo assassinato dos pais.
### Trechos que vieram à tona
Mesmo com a publicação barrada, fragmentos do “Diário de Tremembé” se tornaram conhecidos, principalmente através de sua contracapa e menções na série em streaming. Um dos trechos que ganhou destaque foi quando Alexandre Nardoni afirma não ter matado sua filha, Isabella. Também há uma declaração polêmica atribuída ao médico Carlos Sussumu sobre Roger Abdelmassih, que insinuou que a prisão domiciliar do médico teria sido uma farsa.
Outro momento discutido no livro é uma suposta fala de Cristian Cravinhos sobre Suzane Richthofen. Ele teria comentado que, após o ataque ao casal Richthofen, Suzane ainda teria ido até o quarto deles, onde ocorreu a tragédia.
Essas revelações trazem à tona não apenas as vivências de Filló, mas também reacendem debates sobre a história de outros presos que ainda marcam o imaginário da população.
