Milton Nascimento lamenta morte de Lô Borges, ícone da música brasileira

Milton Nascimento está de luto pela perda de um grande amigo e parceiro musical, Lô Borges, que nos deixou aos 73 anos. A notícia da morte de Lô, ocorrida em Belo Horizonte após complicações de saúde, emocionou muitos. Ele estava internado na UTI desde outubro, lutando contra uma intoxicação medicamentosa, e teve que passar por procedimentos como traqueostomia e hemodiálise.

Em um gesto tocante, Milton fez uma homenagem a Lô em suas redes sociais, compartilhando fotos e lembranças. Ele expressou a importância dessa amizade em sua vida e carreira: “Lô Borges foi — e sempre será — uma das pessoas mais importantes da vida e obra de Milton Nascimento. Foram décadas de uma convivência linda, que resultou em um dos álbuns mais icônicos da música: o Clube da Esquina.”

### A Amizade e o Movimento Clube da Esquina

A história de Milton e Lô começou na década de 60, em Belo Horizonte, durante um período vibrante de atividade cultural. Tudo se iniciou em 1963, quando Milton se mudou para o mesmo prédio onde residia a família Borges. Em busca de novos amigos e companheiros de música, ele se aproximou de Lô e seus irmãos.

As reuniões para falar de música e trocar ideias eram marcadas na esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no charmoso bairro Santa Tereza. Esse ponto de encontro inspirou o nome do famoso movimento Clube da Esquina.

Embora a ideia tenha surgido nos anos 60, foi apenas em 1972 que Milton e Lô lançaram o álbum “Clube da Esquina”, que rapidamente se consagrou como um marco da MPB. O projeto, que contou com a colaboração de outros músicos mineiros, é considerado um dos álbuns mais influentes da história da música mundial. Um tempo depois, em 1978, o duo lançou “Clube da Esquina 2”, com a participação de novos talentos como Flávio Venturini e Murilo Antunes.

### O Legado de Lô Borges

Lô deixa uma carreira impressionante de mais de 50 anos e é visto como um dos grandes nomes da música brasileira. O repertório dele inclui sucessos eternizados como “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “O Trem Azul” e “Paisagem da Janela”.

Nos últimos anos, ele manteve uma produção bastante ativa. Desde 2019, Lô lançou um álbum novo a cada ano, e seu projeto mais recente, “Céu de Giz”, gravado com Zeca Baleiro, chegou ao público em agosto deste ano.

A música brasileira certamente sente a perda desse artista genial, que deixa uma marca inconfundível na cultura do país.