Defesa de Oruam critica Justiça e menciona caso de entregador baleado

A defesa do rapper Oruam se manifestou nesta segunda-feira, 1º de setembro, contestando a legalidade de sua prisão e apontando inconsistências no tratamento que a Justiça dá a casos semelhantes. O artista está detido na Penitenciária Serrano Neves, localizada em Bangu 3, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, desde o dia 22 de julho.

Oruam enfrenta acusações sérias, como tentativa de homicídio triplamente qualificada, além de outros crimes relacionados ao tráfico de drogas, resistência qualificada, lesão corporal e desacato. Para a defesa, a principal evidência contra ele é a presença de pedras em um “local incerto”, sem autoria definida. Especialistas independentes acreditam que isso não é suficiente para justificar a prisão.

Os advogados de Oruam argumentam que a decisão pela prisão preventiva se baseou em fundamentos “genéricos”. Eles ressaltam que o rapper é réu primário, tem um endereço fixo e uma carreira pública sólida, o que permitiria que ele estivesse solto enquanto espera o julgamento.

Para reforçar seus pontos, a defesa faz uma comparação bem relevante. Recentemente, um vídeo que circulou na internet mostrou um entregador de aplicativo, Valério Souza, sendo baleado no pé por um policial civil após uma discussão. Apesar de o policial ter disparado e ferido alguém, ele foi indiciado apenas por lesão corporal, o que gerou controvérsia nas redes sociais.

Esse contraste, segundo os advogados, destaca uma violação do princípio da isonomia, que garante que todos são iguais perante a lei, como está no artigo 5º da Constituição. Eles enfatizam que enquanto um agente da lei, que claramente feriu um civil, responde em liberdade, Oruam permanece preso por tentativa de homicídio, mesmo sem provas concretas.

Essa situação também levanta questões sobre a seletividade penal, algo que afeta jovens negros e de comunidades periféricas. A defesa vê isso como um reflexo de estigmas sociais que ainda persistem na sociedade.

O namoro entre o rapper e a Justiça parece complexo e repleto de nuances, revelando um cenário onde a aplicação da lei varia de acordo com quem está envolvido. É fácil perceber que casos como esse tocam em temas sensíveis e urgentes que continuam a ser discutidos na sociedade.

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