Vídeo Show faz falta — e o especial da Globo reforçou isso

A exibição do especial do Vídeo Show na noite de quinta-feira (24) reacendeu a saudade de um programa que ia além do entretenimento: era uma ponte direta entre o público e os bastidores da televisão. A comoção nas redes sociais foi imediata e unânime, com fãs, artistas e anônimos relembrando com carinho um formato que conseguia humanizar as estrelas e valorizar o conteúdo da emissora.

O Vídeo Show era estratégico, apresentando erros de gravação, entrevistas dentro do Projac, bastidores de novelas e realities, além de curiosidades e interações espontâneas com o elenco. Era o espaço onde o público via que estrela também erra, como comentou um internauta. Ali, o glamour encontrava a naturalidade, criando uma conexão única entre os artistas e a audiência.

video show faz falta e o especial da globo reforcou issoMiguel Falabella e Cissa Guimarães se encontraram na gravação no “Vídeo Show” especial (Fabio Rocha/Globo)

A importância do Vídeo Show

Mais do que isso, o programa era uma vitrine poderosa para os produtos da Globo. Era o programa que aquecia o que estava frio e criava onda onde não tinha, resumiu perfeitamente uma postagem. O Vídeo Show dava nome aos rostos, contexto às tramas e transformava bastidores em conteúdo relevante.

O argumento de que as redes sociais substituíram esse papel não se sustenta. Como bem pontuou Paulo Vieira, tem coisa que só o Vídeo Show pode mostrar. A tia da tarde não segue todos os atores no Instagram, nem vê stories de bastidores. Ela deseja acesso facilitado, editado e apresentado de forma divertida — exatamente como o programa fazia.

O sucesso do quadro Falha Nossa, que mostrava erros de gravação de maneira leve e engraçada, era mais do que humor: era afeto. O público ria junto, se conectava com o elenco e sentia que fazia parte daquilo tudo. O especial exibido deixou isso ainda mais evidente: existe espaço e carinho por esse tipo de conteúdo.

Em um mercado cada vez mais frio e segmentado, o Vídeo Show fazia o movimento oposto: aquecia, aproximava e celebrava a televisão como ela é — feita por pessoas.

Se o especial da Globo serviu para testar o termômetro do público, a resposta foi clara: o Vídeo Show faz falta. Não por nostalgia, mas porque cumpria uma função que ainda está vaga na TV brasileira.

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