Útero de gestante é removido para cirurgia em bebê
No Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, localizado no Rio de Janeiro, pacientes do SUS têm acesso a procedimentos neurocirúrgicos de alta complexidade. Recentemente, uma operação inovadora chamou a atenção ao permitir a correção de uma malformação em um feto, antes mesmo de seu nascimento.
Durante a exibição do programa Fantástico, no dia 13 de abril, foi revelado que médicos realizaram a remoção do útero de uma gestante para operar um bebê que apresentava um diagnóstico desafiador. Essa cirurgia, que exigiu um alto nível de precisão e habilidade médica, tinha como objetivo corrigir uma malformação na medula do feto, oferecendo novas esperanças para sua qualidade de vida futura.
(Foto: Reprodução/TV Globo)Entenda o Procedimento
A cirurgia realizada no Instituto do Cérebro foi um marco na neurocirurgia fetal. O feto, chamado Nathan, foi diagnosticado com a Síndrome de Chiari tipo 2, uma condição rara que faz com que parte do cerebelo se desloque para o canal vertebral. Essa condição demanda um acompanhamento médico rigoroso e, em muitos casos, intervenções cirúrgicas.
A mielomeningocele, que pode levar ao desenvolvimento da Síndrome de Chiari, é uma malformação que ocorre nas primeiras semanas de gestação, quando o tubo neural não se fecha corretamente. Essa condição pode ter consequências significativas para o desenvolvimento da criança. A colaboração entre a Maternidade Escola da UFRJ e o Instituto do Cérebro foi fundamental para viabilizar essa complexa cirurgia.
Como a Cirurgia Foi Realizada?
O procedimento envolveu a abertura do abdômen da mãe e a exposição do útero, criando um pequeno acesso de 3,5 cm para que os neurocirurgiões pudessem operar o feto. A equipe médica trabalhou com extrema cautela para reconstruir as camadas de membrana, músculo e pele, assegurando a proteção da medula. Essa intervenção permitiu que o líquido do canal vertebral permanecesse em sua posição adequada, aliviando a pressão sobre o cerebelo.
Maria Anna Brandão, neurocirurgiã pediátrica, destacou a importância do procedimento: Melhorando a parte cognitiva, você também melhora a função motora e, consequentemente, a autoestima da criança. Isso pode transformar a vida de uma criança que antes precisaria de ajuda para se locomover.
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