Trump propõe taxa sobre remessas de imigrantes brasileiros
Uma nova proposta legislativa do presidente Donald Trump pode impactar significativamente as remessas enviadas por imigrantes nos Estados Unidos, incluindo os brasileiros. A medida sugere a cobrança de uma taxa de 3,5% sobre o envio de recursos para o exterior, independentemente da situação migratória do trabalhador.
O projeto, conhecido como One Big Beautiful Bill pela Casa Branca, já foi aprovado na Câmara e aguarda votação no Senado, com um prazo limite até o feriado americano de 4 de julho. Apesar do foco em outros pontos no Congresso, imigrantes latinos estão sentindo a pressão dessa nova política, que vem acompanhada de ações mais rigorosas de deportação e fiscalização.
Donald Trump (Reprodução: Google)Impactos nas famílias brasileiras
A possível implementação da tarifa pode causar um impacto significativo nas famílias brasileiras que dependem do dinheiro enviado por parentes nos Estados Unidos. De acordo com o Banco Central, em 2023, os brasileiros que vivem nos EUA enviaram aproximadamente US$2 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões) ao Brasil, um valor que representa a metade de todas as remessas feitas por imigrantes brasileiros ao redor do mundo.
Esses fundos são essenciais para a economia local. A prefeitura de Governador Valadares, em Minas Gerais, estima que cerca de US$700 milhões (aproximadamente R$ 4 bilhões) circulam anualmente na cidade devido ao apoio financeiro proveniente dos Estados Unidos.
Com o aumento das tensões e o risco da nova cobrança se concretizar, muitos brasileiros estão mudando seus hábitos. Há relatos de que alguns têm evitado casas de câmbio por medo de operações da polícia migratória (ICE) e estão preferindo guardar dinheiro ou enviar valores com menos frequência.
Embora o Brasil não dependa tanto das remessas quanto outras nações latino-americanas, o cenário é mais crítico em países como El Salvador, Honduras e Nicarágua, onde os valores transferidos por imigrantes podem representar até um quarto do Produto Interno Bruto (PIB).
A proposta faz parte da estratégia eleitoral de Trump, que tem reforçado pautas de endurecimento migratório desde que reassumiu a presidência.
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