Presidente da LaLiga critica Mundial de Clubes: Tira recursos das ligas
O presidente de LaLiga, Javier Tebas, voltou a criticar duramente o Mundial de Clubes da FIFA durante sua participação no Sports Summit Madrid, nesta quarta-feira (18/6). Ele destacou os riscos à integridade física dos atletas e os prejuízos ao calendário das ligas nacionais, além de apontar danos financeiros que o torneio pode causar. Segundo ele, o modelo atual da competição é uma questão de saúde para os cerca de 250 jogadores que participam dessas competições, que chegam sobrecarregados.
A edição de 2025 do Mundial, que contará com 32 clubes e será realizada nos Estados Unidos, terá a participação de equipes espanholas. Tebas alertou que, caso o Atlético de Madrid e o Real Madrid avancem até as oitavas de final, a estreia desses clubes na temporada 2025/26 da LaLiga, marcada para 16 de agosto, precisará ser adiada, comprometendo a exposição da rodada inicial do torneio.
(Reprodução)Impactos no calendário e na economia
Se o Atlético e o Real Madrid chegarem longe na competição, será preciso adiar seus jogos da primeira rodada, o que prejudica o campeonato. A primeira rodada é uma das mais importantes, pois as emissoras estão especialmente atentas, afirmou Tebas. Além disso, ele também ressaltou que a desigualdade econômica é uma consequência direta do torneio promovido pela FIFA. O presidente da LaLiga argumentou que os valores recebidos pelos participantes do Mundial desequilibram o mercado e esvaziam a sustentabilidade das ligas nacionais.
O dinheiro do Mundial de Clubes tira recursos das ligas nacionais, de uma indústria que emprega 60 mil pessoas. Se já existe uma grande diferença entre grandes, médios e pequenos clubes, imagine com uma injeção de capital de 100 milhões ou mais, criticou.
Pressão da FIFA e seus efeitos
Tebas também comentou sobre notícias que indicam a possibilidade de a FIFA pressionar ligas a reduzirem o número de participantes. Ele advertiu que tal mudança teria um impacto severo nas finanças dos clubes. Hoje li no Marca que a FIFA está pensando em obrigar algumas ligas a reduzirem de 20 para 18 equipes. Primeiro, ela não pode nos obrigar, e nem nós, nem a Premier League ou a Bundesliga aceitaremos. Segundo, o impacto econômico seria enorme. Não é o mesmo disputar 10 meses de campeonato e jogar apenas 8. A receita pode cair 40% ou 45%, o que gera problemas salariais e financeiros sérios para os clubes, alertou.
Javier Tebas tem sido um dos principais opositores do atual modelo de expansão internacional da FIFA. Em declarações anteriores, ele já havia chamado o torneio de completamente absurdo e reiterou sua posição: Meu objetivo é garantir que não haja mais Copa do Mundo de Clubes, isso está muito claro para mim.