Prefeito critica missão em Israel durante conflitos recentes
Álvaro Damião, prefeito de Belo Horizonte, expressou sua frustração e tensão durante uma missão oficial em Israel, onde estava acompanhado por uma comitiva de 40 autoridades brasileiras. A viagem, iniciada em 8 de junho, rapidamente se tornou preocupante após os ataques do Irã ao território israelense. O prefeito questionou os representantes israelenses sobre a decisão de levar a delegação ao país em meio a uma escalada de conflito.
Damião relatou ao portal UOL que se sentiu enganado ao perceber que a comitiva estava sendo incentivada a defender a narrativa do governo de Benjamin Netanyahu no Brasil. Durante uma palestra do Ministério da Defesa israelense, ele confrontou um dos representantes, questionando: Vocês sabiam que essa guerra ia acontecer e, mesmo assim, trouxeram a gente pra cá?.
Prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (Divulgação: Prefeitura de Belo Horizonte )Desdobramentos da viagem
A viagem se complicou após o início dos bombardeios, e o prefeito descreveu momentos de tensão em que o grupo precisou se refugiar em um abrigo reforçado contra bombardeios. Damião mencionou que os alertas de mísseis os obrigavam a se refugiar até quatro vezes por dia, inclusive à noite, criando um clima de medo constante. Ele ressaltou: A sensação era de que iríamos dormir e nunca mais acordar.
A operação de fuga começou em 16 de junho, quando 12 autoridades foram escoltadas por militares israelenses até a fronteira com a Jordânia. Eles pagaram US$100 cada um para cruzar a ponte até o território jordaniano, onde foram recebidos pelo embaixador do Brasil. O grupo seguiu de carro até a Arábia Saudita e embarcou em um avião fretado de volta ao Brasil, via Cabo Verde.
Damião criticou a falta de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e expressou preocupação com os brasileiros que ainda estavam em Israel. A motivação inicial da viagem era conhecer tecnologias de segurança urbana, mas o Itamaraty já havia emitido um alerta para que brasileiros evitassem viagens não essenciais ao país. Damião defendeu sua decisão, respondendo a críticos: Você acha que eu sou burro de ir para um país em guerra?.
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