Por que a Globo e a Record se calam sobre a CBF
Nos bastidores do futebol brasileiro, uma silenciosa disputa molda a cobertura jornalística de dois dos maiores grupos de mídia do país. Enquanto denúncias contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, ganham espaço em colunas independentes e veículos internacionais, as principais emissoras abertas — Globo e Record — mantêm-se em silêncio. O que está em jogo são os valiosos direitos de transmissão da Seleção Brasileira e, principalmente, o credenciamento para a Copa do Mundo de 2026.
Desde o retorno de Ednaldo ao comando da CBF, surgiram acusações sobre má gestão, favorecimento político e manipulação de bastidores. No entanto, nem o Jornal Nacional, da TV Globo, nem os principais telejornais da Record dedicaram reportagens contundentes ao caso. Essa postura contrasta com o histórico de ambas as emissoras, que em outros momentos realizaram investigações contra figuras controversas do futebol nacional.

O peso dos direitos de transmissão
Nos últimos anos, a distribuição de direitos de transmissão de competições nacionais passou por mudanças significativas. O Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e os Estaduais estão mais espalhados do que nunca. A relação política tornou-se crucial para garantir um espaço em um mercado já dividido.
A Globo, há décadas líder nas transmissões nacionais, viu seu domínio reduzido. Desde 2022, a Copa do Brasil é dividida entre a emissora e o serviço de streaming Prime Video. A mudança mais radical ocorreu no Campeonato Brasileiro, que, a partir de 2025, será transmitido pela Globo, Record, Prime Video e CazéTV. Embora a Globo ainda transmita nove das dez partidas por rodada, sua influência no futebol nacional não é mais a mesma.
Os direitos de exibição da Seleção Brasileira, especialmente durante a Copa do Mundo, são altamente valorizados. Embora a CBF não venda os direitos de transmissão, a FIFA intervém e favorece aqueles com quem mantém boas relações. Em 2022, a Globo enviou uma equipe de profissionais ao Catar, garantindo cobertura exclusiva do torneio.
A Record, por sua vez, não ficou totalmente de fora e conseguiu credenciais pontuais para alguns profissionais, ampliando seu apetite por eventos esportivos. Ambas as emissoras reconhecem que qualquer crítica à gestão atual da CBF pode colocar em risco o acesso a entrevistas e imagens exclusivas.
Para a Copa do Mundo de 2026, a Globo já garantiu os direitos de exibição de metade das partidas, incluindo todos os jogos da Seleção Brasileira. Embora isso represente uma queda em relação à cobertura total das últimas Copas, ainda é um trunfo significativo para a audiência da emissora. A Record tenta garantir a outra metade das partidas.
Apesar das denúncias, poucos jornalistas da Globo se pronunciaram nas redes sociais. Na Record, o silêncio é ainda mais evidente, uma vez que a emissora busca manter boas relações com a CBF.
Credenciais: moeda de troca invisível
Durante a Copa do Mundo do Catar, a Globo recebeu mais de 110 credenciais da FIFA, evidenciando seu poder de negociação junto à CBF e à federação internacional. A Record teve uma presença mais tímida, com cerca de 10 profissionais credenciados oficialmente, mas ainda assim, conseguiu produzir conteúdo relevante.
Com a Copa de 2026 se aproximando e a logística mais complexa, cada credencial se torna mais valiosa. A CBF, como principal ponte entre a imprensa nacional e os organizadores do evento, desempenha um papel crucial. Confrontar a entidade neste momento pode resultar em perda de acesso e limitações durante o maior evento esportivo do planeta.
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