Nego Di é Condenado a 11 Anos e 8 Meses por Estelionato
O humorista Nego Di foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão pela Justiça do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (10/6) pelo crime de estelionato, afetando 18 vítimas. De acordo com informações, a polícia registrou 370 denúncias contra o ex-BBB, relacionado à loja virtual TADIZUERA, que vendia produtos como televisores, smartphones e aparelhos de ar-condicionado a preços muito abaixo do mercado, sem a capacidade real de entrega.
A sentença da juíza Patrícia Pereira Tones destacou que o caso se tratava de um verdadeiro esquema meticulosamente organizado para ludibriar um grande público. Segundo a decisão, Nego Di utilizou sua imagem pública para atrair as vítimas, que não receberam os itens comprados nem foram reembolsadas entre 8 de março e 26 de julho de 2021.
(Reprodução)Detalhes da Condenação e Defesa
Nego Di e Anderson Boneti, o proprietário da loja, foram presos em julho de 2024. Enquanto Nego Di obteve um habeas corpus em novembro, continuando em liberdade sob medidas cautelares, Anderson permanece em prisão preventiva e não poderá recorrer da condenação em liberdade. A equipe jurídica de Nego Di alega que ele ressarciu as vítimas de forma voluntária e que sua participação foi apenas como garoto-propaganda da marca, sem vínculo societário formal.
A defesa de Dilson Alves da Silva Neto, nome verdadeiro de Nego Di, também criticou a cobertura da mídia, que reportou um número muito maior de vítimas do que as 18 envolvidas no processo. A defesa argumenta que isso distorceu a percepção pública e ampliou a repercussão negativa contra Dilson. Além disso, todas as vítimas que aceitaram foram ressarcidas durante o andamento do processo.
Outro ponto destacado pela defesa foi a cronologia da prisão preventiva. O inquérito foi concluído em agosto de 2023, mas a prisão só foi decretada quase um ano depois, após críticas públicas de Dilson ao governo estadual. Essa situação levanta questões sobre a imparcialidade do processo e possíveis influências externas nas decisões judiciais.
A defesa anunciou que irá recorrer da condenação, acreditando que as instâncias superiores reavaliarão os fatos com isenção, reconhecendo os erros processuais, a ausência de dolo e o comportamento colaborativo de Dilson ao longo de todo o processo.
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