Mundial de Clubes revela desconforto europeu no futebol
O presidente da LaLiga, Javier Tebas, voltou a criticar com veemência o novo formato do Mundial de Clubes, classificando a competição como completamente absurda e afirmando que ela prejudica os calendários nacionais. Entretanto, dados recentes do futebol indicam que os clubes sul-americanos, e não os europeus, são os que mais enfrentam desafios logísticos e financeiros.
Um levantamento do Sofascore revela que, nos últimos 12 meses, os clubes brasileiros lideram o ranking de jogos disputados entre os participantes do Mundial. Flamengo (78), Botafogo (73), Fluminense (72) e Palmeiras (70) estão muito à frente dos europeus, que somam números bem inferiores, como o Real Madrid com 62 partidas, Chelsea e Manchester City com 57, e Bayern de Munique e Juventus com apenas 51. Apesar disso, as críticas mais intensas ao calendário vêm de quem menos tem rodado seus clubes.

Quem joga mais não é quem mais reclama
A diferença não se limita apenas à quantidade de partidas. Os clubes sul-americanos enfrentam viagens longas, gramados irregulares, elencos mais curtos e agendas apertadas que misturam estaduais, nacionais e torneios continentais, sem o luxo de rodízios milionários ou centros de recuperação de ponta. Jogam mais e descansam menos.
O formato mudou, o desconforto aumentou
O Mundial de Clubes era anteriormente disputado apenas em dezembro, no fim do calendário sul-americano e no meio da temporada europeia. A inclusão de um Mundial em junho, no novo formato da FIFA, equilibra o preparo físico entre os clubes dos dois hemisférios. O que antes dava vantagem aos europeus em termos de condicionamento físico agora nivela as condições de jogo, o que pode explicar parte do desconforto.
Além disso, o torneio atual reúne 32 equipes, ampliando a janela global e desafiando o modelo centrado na Europa e na Champions League. Para clubes como Flamengo, Al Ahly e Monterrey, trata-se de uma oportunidade rara de projeção internacional. Para a elite europeia, essa mudança representa uma ameaça ao seu domínio simbólico e comercial.
Na Copa do Mundo, ninguém reclama
Curiosamente, os mesmos dirigentes que criticam o Mundial de Clubes não demonstram o mesmo incômodo com a Copa do Mundo de seleções. Este torneio, que paralisa campeonatos nacionais, exige um desgaste considerável dos atletas, mas é amplamente aceito e celebrado na Europa.
Isso levanta uma questão: o problema está realmente no calendário ou na perda de controle sobre a narrativa? Ao contrário da Copa, o Mundial de Clubes escapa do modelo centrado nas federações europeias, permitindo que clubes fora do eixo histórico ganhem espaço e contemos histórias. Esse novo formato tem a capacidade de democratizar a narrativa do futebol, o que pode incomodar alguns dirigentes.
O desconforto não é apenas em relação aos jogos, mas também com a mudança de palco. O Mundial de Clubes, com todos os seus desafios, não diminui o espaço do futebol europeu; ele simplesmente o compartilha. Essa ideia de partilhar o protagonismo pode ser a verdadeira fonte de incômodo para figuras como Javier Tebas.
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