Mudanças no estatuto da CBF fortalecem poder de Ednaldo

Em novembro de 2024, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou uma assembleia que resultou em reformas significativas em seu estatuto. Uma das principais mudanças foi a autorização para que Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, pudesse se reeleger para mais um mandato. No entanto, as alterações se estenderam a outros aspectos, conferindo ainda mais poder ao dirigente.

Uma das mudanças mais impactantes foi a revogação do artigo 145, que proibia a assinatura de contratos e a contratação de parentes até o terceiro grau. Essa remoção abre espaço para vínculos familiares entre dirigentes e a gestão da CBF. Além disso, o novo estatuto agora permite que o presidente aprove a troca de camisas usadas pela Seleção Brasileira, uma decisão que até então estava sujeita à aprovação da diretoria.

mudancas no estatuto da cbf fortalecem poder de ednaldo (Reprodução)

Novas Diretrizes para os Uniformes

Em nota oficial, a CBF esclareceu que os uniformes da Seleção seguirão as cores da bandeira brasileira, podendo variar de acordo com o clima. Essa flexibilidade inclui a possibilidade de criar modelos comemorativos, desde que aprovados pela presidência. No entanto, a versão de 2022 do estatuto previa que qualquer alteração nos uniformes necessitava da aprovação da diretoria, que inclui os vice-presidentes, gerando assim uma controvérsia sobre a transparência das novas diretrizes.

Outra modificação notável foi a exclusão do artigo 143, que permitia o afastamento preventivo de dirigentes em casos de infrações. Essa alteração gerou preocupações, especialmente após a saída do ex-presidente Rogério Caboclo, acusado de assédio sexual a uma funcionária. A falta de um mecanismo claro para afastar pessoas envolvidas em comportamentos inadequados levanta questões sobre a integridade da gestão da CBF.

Reações e Ações Políticas

A nova versão do estatuto está acessível apenas em cartório, o que limita a consulta pelo público em geral. Essa falta de transparência despertou a atenção de políticos em Brasília, levando a um movimento de oposição que busca questionar a CBF sobre as recentes mudanças. O deputado federal Delegado Fábio Costa (PP-AL) protocolou um pedido para a realização de uma audiência pública na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, visando discutir as implicações dessas alterações estatutárias.

Essas mudanças no estatuto da CBF não apenas fortalecem o poder de Ednaldo Rodrigues, mas também levantam sérias preocupações sobre a governança e a transparência na administração do futebol brasileiro. O debate sobre a ética e a responsabilidade na gestão da CBF está apenas começando, e a sociedade civil, junto com os representantes eleitos, desempenhará um papel crucial nessa discussão.

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