Múcio defende Forças Armadas antes do julgamento do STF
No último encontro realizado em São Paulo com empresários do grupo Lide, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, expressou sua expectativa por uma resolução rápida das investigações relacionadas ao suposto golpe de Estado ocorrido em 2022. O julgamento que ocorre nesta terça-feira (6/5) no Supremo Tribunal Federal (STF) visa decidir se os acusados de envolvimento na trama golpista se tornarão réus.
A atuação das Forças Armadas durante os eventos antidemocráticos tem gerado questionamentos. Múcio afirmou que deseja restaurar um sentimento de normalidade e trabalhar sem a nuvem da suspeição que paira sobre muitos, embora apenas alguns sejam realmente responsáveis pelos atos. Ele enfatizou a importância do respeito às decisões da Justiça e do Legislativo, afirmando: O que a Justiça definir, o que o Legislativo decidir, nós respeitamos.
José Múcio Monteiro (Divulgação: Ministério da Defesa)O papel do STF e as Forças Armadas
O ministro reiterou seu compromisso em respeitar as decisões do STF e lamentou a situação de colegas militares que estão sob investigação. Ele mencionou que muitos nas Forças Armadas desejam que a verdade seja esclarecida, separando aqueles que erraram da grande maioria que permanece comprometida com o país.
Em relação à possibilidade de ser convocado como testemunha no STF, após ser mencionado pela defesa do ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira, Múcio garantiu: Se for chamado, irei. Tudo oficial, à luz do dia. Ninguém pode me chamar para segredo nenhum porque eu conto.
Críticas e propostas para as Forças Armadas
Durante o almoço, Múcio também criticou a falta de investimentos estratégicos nas Forças Armadas. Ele comparou a situação do Brasil com a de outros países que estão se armando, destacando que a diplomacia deve ser a principal arma. O ministro defendeu a aprovação da PEC da Previsibilidade, que visa assegurar percentuais fixos do orçamento para a Defesa, semelhante ao que já ocorre com Saúde e Educação.
Julgamento importante no STF
A Primeira Turma do STF analisará nesta terça-feira a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado núcleo 4 da trama golpista. Este grupo é composto por cinco militares e dois civis, acusados de disseminar desinformação sobre as eleições, atacar instituições e tentar abolir o Estado Democrático de Direito.
É fundamental que a população esteja atenta aos desdobramentos desse julgamento, pois os resultados poderão impactar diretamente a estabilidade política e a confiança nas instituições brasileiras.