Moraes determina que PF ouça aliados de Bolsonaro sobre delação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) tome depoimento de Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, e do advogado Paulo Costa Bueno, defensor de Jair Bolsonaro, no prazo de cinco dias. Esta decisão faz parte de uma investigação sobre uma possível tentativa de influenciar de forma ilícita a colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

As investigações indicam que familiares de Cid, incluindo sua filha menor de idade, a esposa e a mãe, teriam sido abordados por Wajngarten, Bueno e o advogado Luiz Eduardo Kuntz. Este último representa Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, que também é investigado por envolvimento em atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro.

moraes determina que pf ouca aliados de bolsonaro sobre delacaoFábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência; e advogado Paulo Costa Bueno, defensor de Jair Bolsonaro (Foto: Cristiano Mariz/Rafa Neddermeyer/Montagem)

Contexto das investigações

De acordo com informações fornecidas pela PF ao STF, parte desses contatos teria ocorrido em eventos sociais, como na Hípica de São Paulo. Durante essas ocasiões, os advogados teriam tentado convencer as mulheres da família Cid a interferirem nas decisões jurídicas do militar, inclusive tentando reverter sua delação.

A situação se agravou quando foi revelado que Kuntz manteve comunicações com Cid através de uma conta no Instagram. Nesses diálogos, o advogado insinuou a necessidade de limpar o celular regularmente, uma frase interpretada como uma tentativa de apagar possíveis evidências. Em outro momento, ele questionou o que o delator havia declarado em depoimento à PF.

As suspeitas de obstrução de justiça se intensificaram após a entrega de um celular usado pela filha de Cid aos investigadores, com autorização da família. A Polícia Federal está analisando os dados do dispositivo e deve apresentar um laudo técnico em até dez dias. Também foram anexadas ao inquérito declarações assinadas pela esposa e pela mãe do militar, confirmando as abordagens feitas pelos advogados.

Além disso, Moraes autorizou a prisão preventiva de Marcelo Câmara, que descumpriu uma medida cautelar ao manter contato, mesmo que indiretamente, com Mauro Cid. A investigação segue sob sigilo e novas diligências foram determinadas pelo Supremo.

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