Majur Vive Renascimento Artístico e Pessoal Durante Turnê Internacional
A cantora baiana Majur, aos 29 anos, está passando por um momento de transformação em sua primeira turnê internacional pela Europa. Com álbuns como Ojunifé, ARRISCA e o recente Gira Mundo, a artista trans tem encontrado nos palcos europeus mais do que reconhecimento: uma chance de se reconectar consigo mesma, longe das pressões e violências que enfrenta no Brasil. Eu necessitava dessa viagem internacional e não sabia. Quando a gente vive no Brasil, acha que o mundo é aquilo que vê. Mas o mundo é muito mais plural, compartilha.
Em uma entrevista exclusiva, Majur destaca a diferença radical entre o tratamento que recebe fora do Brasil e dentro do país. Durante mais de 15 dias de viagem, com 10 shows realizados e quatro programados, ela não se deparou com nenhum ato de transfobia. Aqui eu consigo viver eu mesma, com a minha roupa, com os meus trejeitos, com a forma como eu falo. As pessoas não me criticam, elas me olham com curiosidade, carinho. Isso já é uma diferença absurda, relata a artista.
Majur (Foto: Miikka Varila)Reflexões sobre Identidade e Acolhimento
Longe da transfobia e do preconceito, Majur encontra acolhimento na Europa, vivendo o auge de sua carreira. Ela critica o cenário brasileiro, onde a transfobia desumaniza e exige que a artista justifique constantemente sua existência. O Brasil não nos dá paz. A gente precisa estar o tempo todo falando sobre quem somos para que nos respeitem, afirma.
A cantora expressa sua frustração ao dizer que nunca desejou falar sobre sua identidade, preferindo que as pessoas a entendessem por meio de suas letras. Mas, no Brasil, não nos deixam apenas existir, acrescenta. Mesmo com a intensa rotina de shows, Majur comenta que finalmente está descansando — não fisicamente, mas mentalmente. Por mais que seja um trabalho aqui, eu estou descansando. Tenho saúde mental. Agora me sinto no melhor momento da minha vida, revela.
Emoção e Música como Propósito
Majur segue firme no propósito que sempre guiou sua carreira: emocionar por meio da música. Eu nasci para cantar. E aqui fora é o que eu estou fazendo. Estou subindo nos palcos e cantando. Apenas. Fazendo as pessoas sentirem. Isso é a música, declara. Com o desejo de ser escutada no Brasil pela potência de sua arte — e não pela identidade que carrega —, a artista continua sua turnê, conquistando plateias e vivendo o reconhecimento pleno de sua voz e existência.
A cantora já passou por cidades como Barcelona, Helsinque, Copenhague, Zurique, Berlim, Munique e duas vezes por Londres, onde foi calorosamente recebida. Sua turnê, marcada por performances emocionantes e presença marcante, será encerrada no dia 28 de junho, na Noruega, durante a Oslo Pride, um dos maiores eventos LGBTQIA+ do país.
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O renascimento artístico e pessoal de Majur é uma inspiração. Compartilhe essa jornada e celebre a arte que emociona e transforma vidas!