Estreito de Ormuz: como o Irã pode fechar rota de petróleo

O Estreito de Ormuz, uma passagem crucial para o comércio global, é o foco de tensões recentes envolvendo o Irã. Aproximadamente 20% do petróleo mundial transita por essa rota, e as ameaças iranianas de interrupção têm gerado preocupação entre líderes internacionais. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, alertou que uma possível medida de fechamento seria extremamente perigosa e prejudicial para todos os envolvidos.

Mas o que implicaria a interrupção dessa passagem? O estreito, que fica entre o Irã e Omã, é em parte jurisdicionado por esses países, enquanto a rota principal dos navios ocorre em águas abertas conforme tratados da ONU. Apesar dessa legalidade, a posição geográfica do Irã e seu potencial militar oferecem alternativas para controlar a via.

estreito de ormuz como o ira pode fechar rota de petroleoEstreito de Ormuz (Foto: Divulgação)

Como o Irã poderia bloquear a navegação?

Nos últimos anos, o governo iraniano tem investido significativamente em sua capacidade militar, criando um ambiente arriscado para o transporte marítimo. Entre as táticas possíveis, estão a utilização de minas marítimas que podem ser lançadas por submarinos ou embarcações menores, dificultando a neutralização por parte de navios comerciais.

Além das minas, o Irã possui baterias móveis de mísseis antinavio, como os sistemas Noor e Khalij Fars, que são de longo alcance e podem ser facilmente deslocados. Isso complica uma resposta militar por parte das potências ocidentais. A Guarda Revolucionária Iraniana também conta com lanchas rápidas e drones suicidas, capazes de realizar ataques coordenados contra embarcações, algo que já ocorreu em ações contra navios israelenses.

Um ponto vital para a economia global

O Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico ao mar de Omã e, por sua estreita passagem, cerca de 17 milhões de barris de petróleo são transportados diariamente, além do gás natural liquefeito do Catar. A mera possibilidade de fechamento dessa rota provoca impactos imediatos: rotas de navegação são alteradas, prêmios de seguro aumentam e os preços do petróleo sobem rapidamente.

Historicamente, o Irã já utilizou táticas de pressão. Em 2019, por exemplo, capturou um petroleiro britânico como resposta a uma apreensão anterior de um navio iraniano. Em 1988, uma mina iraniana danificou uma fragata americana, levando os EUA a responderem com ataques a embarcações iranianas. Esses episódios mostram como o controle do estreito pode desencadear conflitos significativos.

A política do medo

O maior trunfo do Irã, no entanto, é a própria ameaça de fechamento do estreito. A simples perspectiva de uma ação dessa natureza gera nervosismo nos mercados globais, com reações instintivas que elevam o preço do petróleo e aumentam a insegurança sobre o abastecimento. Os Estados Unidos e o Reino Unido estão constantemente monitorando a região, prontos para proteger a navegação comercial.

Assim, a ameaça iraniana serve como uma ferramenta de pressão política e um aviso estratégico. A apreensão em torno dessa possibilidade reflete o temor de que ações extremas possam não apenas provocar uma nova crise no Oriente Médio, mas também gerar uma recessão econômica de escala global.

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