É permitido namorar o chefe ou colega de trabalho? Entenda
Quem acompanha o remake de Vale Tudo viu o desconforto da personagem Leila Catanhede, interpretada por Carolina Dieckmann, ao namorar seu chefe, Renato Filipelli, vivido por João Vicente de Castro. Nos últimos episódios, Leila chegou a pedir demissão por não aguentar o incômodo da situação, que era amplamente conhecida na agência Tomorrow. Mas e quando a história da novela acontece na vida real? Entrevistamos a especialista em Direito Societário e Compliance, Dra. Rebeca Chagas da Cruz Gonçalves, para entender se existe algum problema em se relacionar com colegas de trabalho.
Mariana Lima 07/06/2025 às 07:00
De acordo com a especialista, não existe uma lei que proíba ou regulamente relacionamentos amorosos entre pessoas que trabalham na mesma empresa. A vida pessoal dos colaboradores não deve ser objeto de abordagem ou comentário por parte das lideranças, respeitando a intimidade e a vida privada, que são direitos resguardados pela Constituição Federal.
(Reprodução )Normas Internas e Convivência
Apesar da falta de uma regulamentação específica, as empresas podem estabelecer regras de convivência que visem o bem-estar coletivo e o bom funcionamento do ambiente de trabalho. Isso é fundamental para evitar prejuízos aos resultados da empresa.
A Dra. Rebeca destaca que, considerando que não há uma norma que regule esses relacionamentos, não há obrigatoriedade a ser imposta aos envolvidos. No entanto, toda relação que se deseja preservar deve ser baseada na transparência e confiança. Manter um ambiente claro e pacífico é essencial para que a relação de trabalho não sofra impactos negativos.
Segundo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a demissão por justa causa pode ocorrer, mas não pelo envolvimento amoroso. Uma dica valiosa é que os envolvidos mantenham a separação necessária entre suas vidas pessoal e profissional, evitando que conflitos comprometam seus compromissos profissionais.
No final da entrevista, a Dra. Rebeca ressaltou a importância de evitar demonstrações públicas de afeto e de não incorrer em ações de favoritismo em casos de subordinação. Conhecer as políticas internas e as regras de convivência é essencial para garantir que todos os colegas de trabalho sejam respeitados.
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