DNA-HPV: Conheça o Teste que Irá Substituir o Papanicolau no SUS

Recentemente, foi realizada uma conversa com a ginecologista Wanuzia Miranda para entender melhor o novo teste que detecta o risco de câncer de colo do útero. O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciou a transição do teste citopatológico, conhecido como papanicolau, para a detecção do HPV (Papilomavírus Humano) através do exame molecular de DNA-HPV. Essa mudança começou em maio e será implementada gradualmente em todo o país.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso do DNA-HPV como exame primário desde 2021, considerando-o mais eficaz na detecção do risco de câncer cervical. Com essa nova abordagem, o intervalo entre as coletas pode ser estendido para até cinco anos, ao contrário do método anterior, que exigia uma frequência maior desde os anos 80.

dnahpv conheca o teste que ira substituir o papanicolau no susA OMS recomenda o DNA-HPV como exame primário para detectar o papilomavírus humano desde 2021. (Canva)

Vantagens do Teste DNA-HPV

De acordo com a ginecologista Wanuzia Miranda, a mudança promete trazer ganhos significativos para a saúde pública. O HPV afeta cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil e é responsável por mais de 99% dos casos de câncer de colo do útero, sendo este tipo o terceiro mais comum entre as mulheres brasileiras, com aproximadamente 17 mil novos casos por ano.

Em comparação com o papanicolau, o teste de DNA-HPV oferece vantagens notáveis. Wanuzia explica que a interpretação das amostras do papanicolau pode ser subjetiva e suscetível a erros, resultando em falsos negativos que atrasam o diagnóstico e tratamento. Por outro lado, o teste molecular permite a genotipagem, identificando a presença do vírus antes que qualquer lesão cancerígena se desenvolva.

Benefícios do Novo Exame

O papanicolau era recomendado anualmente para mulheres acima de 25 anos que já tiveram relações sexuais. Com o novo exame, após resultados negativos, o intervalo recomendado passa a ser de cinco anos. Isso reduz significativamente o risco de desenvolvimento de câncer, que pode ser de apenas 0,15%, conforme destaca a especialista.

Além de aumentar o intervalo entre os exames, o DNA-HPV também identifica a presença do vírus até 10 anos antes do surgimento de lesões que podem evoluir para câncer. Wanuzia enfatiza que a genotipagem representa um avanço importante na medicina diagnóstica, permitindo o desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas.

Com essa implementação, espera-se uma redução de cerca de 70% nos casos mais graves da doença, promovendo um impacto positivo na saúde pública do Brasil.

Vacinação e Outros Riscos

Vale ressaltar que, além do câncer de colo do útero, o HPV pode causar outros problemas de saúde, incluindo câncer de ânus, reto, orofaringe, boca, laringe, vulva, vagina e pênis, bem como lesões benignas como verrugas genitais. A vacinação contra o HPV é recomendada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, preferencialmente antes do início da vida sexual. Para aqueles que não foram vacinados na adolescência, a vacina continua a ser recomendada até os 26 anos, mesmo com exposição prévia ao vírus.

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