Bolsonaro enfrenta STF em fase crucial do processo por golpe
A partir desta segunda-feira, 9 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia a fase de interrogatórios dos réus envolvidos na tentativa de golpear o resultado das eleições de 2022. Esta etapa é considerada fundamental para o desfecho do processo, que envolve figuras proeminentes, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e generais da reserva.
Os acusados, que fazem parte do chamado núcleo golpista, são oito ao todo e incluem nomes como Braga Netto e Augusto Heleno, além de ex-ministros como Anderson Torres e Alexandre Ramagem. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), alega que esses indivíduos tentaram de forma violenta obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), resultando nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Estrutura dos interrogatórios
Os interrogatórios ocorrerão na sala da Primeira Turma do STF, adaptada para esta fase com reforços na segurança. A disposição dos participantes seguirá o modelo de um tribunal do júri, e os depoimentos estão programados para começar às 14h e podem se estender até as 20h, com possibilidade de continuidade até sexta-feira, 13 de junho, se necessário.
O primeiro a depor será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador da Polícia Federal. Ele já confirmou que o ex-presidente convocou comandantes militares para discutir a anulação do resultado eleitoral, o que reforça a gravidade das acusações.
Momento decisivo para Bolsonaro
Bolsonaro está programado para ser ouvido entre terça-feira, 10 de junho, e quarta-feira, 11 de junho. Este será um momento inédito, onde ele se encontrará cara a cara com o ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso e alvo frequente de críticas do ex-presidente. Além disso, antigos aliados estarão presentes, incluindo Cid, que se tornou uma peça-chave na acusação.
A denúncia da PGR classifica os réus como membros de uma organização criminosa, e as acusações incluem golpe de Estado, associação criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado. Embora as defesas aleguem falta de tempo para analisar a documentação reunida, a maioria dos advogados indicou que seus clientes devem comparecer para depor, mesmo tendo o direito de permanecer em silêncio.
Este interrogatório representa a primeira vez que Bolsonaro se manifestará oficialmente sobre sua atuação em relação à tentativa de golpe. Em um tom desafiador, ele declarou que irá com a verdade e convocou seus apoiadores a assistirem ao que chamou de inquisição. Com a conclusão dessa fase, o STF espera julgar os envolvidos ainda este ano, antes que o calendário eleitoral de 2026 possa influenciar o caso.
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