Bloqueio de R$ 31,3 bilhões nas contas públicas: o que muda na vida do consumidor?
População não deve sentir intensamente o impacto do bloqueio de R$31 bilhões, segundo economista (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)O governo federal anunciou um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento, uma medida que visa conter o crescimento das despesas públicas e cumprir a meta fiscal deste ano. Mas o que isso realmente significa para o consumidor e como essa decisão pode impactar a economia no dia a dia?
O economista Roberto Luis Troster explicou que essa medida é como um balde de água fria para moderar os gastos. Em vez de realizar cortes drásticos, o governo opta por congelar parte das despesas, adiando investimentos e gastos até que as contas apresentem uma melhora, seja por aumento de receitas ou redução de despesas. É um bloqueio, não um corte. Ele vai bloqueando enquanto não estiver cumprindo a meta. Se durar mais, aí sim será um corte, esclareceu Troster.
A principal razão para esse bloqueio é a necessidade de cumprir a meta fiscal, conforme destacado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Troster ressalta que, com o rápido crescimento das despesas, tudo o que não for considerado urgente acaba sendo bloqueado para atender às regras fiscais. Esse tipo de bloqueio é uma tentativa de preservar serviços essenciais e priorizar investimentos que possam ter um impacto reduzido, como prorrogação de prazos de obras e verbas para programas de fomento.
No curto prazo, o impacto direto na vida das famílias tende a ser limitado. O governo geralmente mantém intactos os serviços essenciais, como o pagamento de salários, aposentadorias e programas sociais, como o Bolsa Família. Entretanto, o efeito pode ser sentido indiretamente, como em obras de infraestrutura que demoram mais para serem concluídas ou uma eventual redução na qualidade de serviços públicos. Mas não é um impacto tão grande, tranquiliza o economista.
Por enquanto, a conta não chega diretamente na casa do brasileiro. No entanto, Troster alerta que essa estratégia pode não resolver os problemas a longo prazo. Eu diria que o impacto é pequeno, mas poderia ser maior se começássemos a discutir as despesas obrigatórias e outras medidas para mudar a tendência. Se não, estamos apenas jogando um pouco de água fria na fervura, disse o economista.
Assim, o bloqueio é uma maneira de sinalizar ao mercado que o governo está tentando equilibrar as contas, sem um efeito imediato no bolso da população. Para um crescimento sustentável do país, será necessário ir além, discutindo mudanças nas despesas obrigatórias e novas formas de arrecadação. Faria muito mais se começássemos a revisar os gastos e a tributar a renda fixa, considerando que os juros estão tão altos. Medidas precisam ser tomadas, mas a timidez não é compatível com o quadro econômico atual, concluiu.
De acordo com a equipe econômica do governo, os cortes afetarão R$ 24 bilhões em despesas dos ministérios e R$ 7 bilhões em emendas parlamentares. Enquanto o Ministério da Educação (MEC) foi poupado, outras pastas, como a da Saúde, sofreram cortes significativos. O ministro Fernando Haddad justificou as medidas com o aumento de gastos obrigatórios e a queda na arrecadação, enfatizando que o monitoramento orçamentário será contínuo, com ajustes possíveis conforme a evolução da economia.
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