São Paulo vende joias da base para evitar dívida
O São Paulo Futebol Clube vive um momento delicado financeiramente. O clube registrou um déficit de R$ 34 milhões nos primeiros seis meses deste ano, o que levantou bandeiras vermelhas sobre a situação das suas contas. Um relatório interno, conseguido pelo jornalista Rodrigo Capelo, mostra que as dívidas, que já têm um valor alarmante de R$ 976 milhões, podem ultrapassar a marca de R$ 1,1 bilhão até dezembro.
Este cenário preocupa, especialmente porque a expectativa era que o prejuízo chegasse a R$ 119 milhões até o final de 2025. Embora a variação da dívida tenha sido apenas de 0,8% em relação ao final do ano passado, a situação atual ressalta a urgência de buscar alternativas de receita antes que seja tarde demais.
Vendas de Jogadores
Para tentar resolver esse impasse, o clube intensificou a venda de jogadores formados nas categorias de base de Cotia. Entre janeiro e junho, já foram negociados nomes como Moreira, William Gomes e Ângelo. E a situação não para por aí: a partir de julho, também saíram Matheus Alves, Lucas Ferreira, Henrique Carmo e Lucas Loss. Essas movimentações fazem parte de uma estratégia para aumentar a arrecadação e melhorar o fluxo de caixa.
Diferença entre Receitas e Despesas
Outro ponto que chama atenção é a discrepância entre receitas e despesas. No primeiro semestre, o São Paulo arrecadou R$ 317 milhões, um valor próximo do orçado, que era de R$ 313 milhões. Mas, por outro lado, os gastos foram muito maiores do que o previsto: R$ 402 milhões em vez dos estimados R$ 354 milhões. Esse aumento considerável se deve a despesas com folha salarial, categorias de base, manutenção do estádio e outras áreas.
Um dirigente do clube comentou que o orçamento deste ano poderia ter sido mais realista. É verdade que a folha salarial teve uma leve redução — caiu de uma média mensal de R$ 28,9 milhões para R$ 26,4 milhões nos primeiros meses de 2025. No entanto, os custos têm crescido de forma constante, o que agrava ainda mais o cenário atual.
Um Pedido de União
No final da apresentação do relatório, a comissão financeira fez um apelo: é hora de união e trabalho, priorizando os esforços para evitar que as dívidas ultrapassem R$ 1 bilhão. O chamado é mais do que um pedido; é uma necessidade urgente para o futuro do clube, que precisa enfrentar esse desafio de frente e com a colaboração de todos os envolvidos.