PF apura desvio de R$ 7 milhões do FGTS em jogadores de futebol
Entre os alvos de um esquema de fraudes que envolve saques irregulares do FGTS, aparecem nomes conhecidos do futebol, como Paolo Guerrero, Gabriel Jesus, Ramires, e até mesmo o ex-treinador da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, conhecido como Felipão.
Recentemente, a Polícia Federal deu continuidade à Operação Fake Agents, em que busca desmascarar um grupo que movimentou cerca de R$ 7 milhões, afetando atletas e ex-jogadores renomados. Além dos mencionados, outros como João Rojas, Titi, Raniel, Christian Cueva e Paulo Roberto Falcão também são mencionados entre as vítimas. A operação teve um caráter investigativo aprofundado, com o objetivo de entender como essas fraudes foram possíveis.
O ponto central das investigações gira em torno da advogada Joana Costa Prado Oliveira. Ela é suspeita de ter utilizado contatos dentro da Caixa Econômica para viabilizar os saques indevidos. A OAB, após saber da situação, suspendeu sua inscrição e já abriu um processo ético-disciplinar para investigar sua conduta.
Desdobramentos da Operação
A operação teve início quando um banco particular denunciou a abertura de uma conta falsa em nome de Paolo Guerrero, através da qual foram desviados R$ 2,2 milhões. Com o avanço da Operação Fake Agents, já na terceira fase, a PF já cumpriu mandados de busca em propriedades de funcionários da Caixa, focando em locais no Rio de Janeiro.
As investigações mais recentes têm revelado novos envolvidos, abrangendo não apenas jogadores brasileiros, mas também profissionais que passaram por clubes no Brasil. Algumas das acusações que podem ser enfrentadas pelos suspeitos incluem falsificação de documentos e estelionato.
Um Golpe Organizado Fazendo História
De acordo com a Polícia Federal, essas fraudes não são novidades. O esquema teria se organizado desde 2014, com o intuito de desviar os recursos do FGTS de atletas que se desligaram de seus clubes. A mecânica do golpe consistia em identificar esses jogadores e, utilizando assinaturas falsificadas e documentos adulterados, conseguir liberar o saque na Caixa Econômica.
Após consegui-los, o dinheiro era transferido para contas abertas em nome das vítimas e, em seguida, era movimentado para terceiros, dificultando a rastreabilidade das transações. É um caso que expõe a vulnerabilidade de um sistema que deveria proteger os direitos dos trabalhadores, mas que, em algumas situações, acabou se tornando uma via para fraudes.
A medida que as investigações avançam, espera-se que mais informações e novas vítimas sejam reveladas, evidenciando a complexidade desse esquema e a importâcia de mecanismos de proteção.
