Itália enfrenta crise e pode ser eliminada da Copa do Mundo novamente

A seleção italiana de futebol, famosa por sua tradição e títulos, está vivendo um momento tenso nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Com apenas quatro rodadas restantes, a Azzurra, que ocupa a vice-liderança do Grupo I, precisa de bons resultados em seus próximos jogos contra a Estônia neste sábado (11/10) e Israel na próxima terça (14/10). A pressão é grande, pois o país corre o risco de ficar fora de mais um Mundial, situação que já aconteceu em 2018 e 2022.

Esse cenário preocupante se intensifica com a possibilidade de a Itália ter que disputar playoffs novamente, uma fase que se mostrou desastrosa nas últimas edições. Se a seleção acabar em segundo lugar, terá que encarar os playoffs. E se a posição cair ainda mais, o país não participará do Mundial em 2026. Isso é impensável para uma nação tetracampeã do mundo, não é mesmo?

### Crise

A crise no futebol italiano não é algo novo. Desde o título conquistado em 2006, as atuações da seleção em Copas do Mundo têm sido desastrosas, com eliminação na fase de grupos em 2010, 2014 e 2018. Além disso, os clubes italianos não conseguem mais competir com os gigantes do futebol europeu. A década de 2010 marcou um ponto de virada; a implementação do Fair Play Financeiro afetou clubes grandes como Milan, Internazionale e Juventus, e a Série A viu seu brilho diminuir.

### Falta de talentos

A Itália sempre foi conhecida por sua linha defensiva sólida, com ícones como Franco Baresi e Paolo Maldini. No entanto, a falta de atacantes de qualidade é alarmante. Nos últimos dez anos, apenas dois jogadores nascidos no país, Ciro Immobile e o aposentado Fabio Quagliarella, foram artilheiros da Série A. Para se ter uma ideia, no início dos anos 2000, sete jogadores italianos diferentes se destacaram como goleadores do campeonato.

Embora a Itália continue a formar grandes goleiros, como Gianluigi Buffon e Gianluigi Donnarumma, o ataque é um verdadeiro desafio. Atualmente, nomes como Mateo Retegui — um argentino naturalizado — e Moise Kean, que ainda busca uma carreira mais estável, representam a frente de ataque da seleção.

### Estrangeiros

Outro aspecto que chama a atenção é o aumento do número de estrangeiros nos clubes italianos. Na final da Champions League de 2009/10, a Inter de Milão, a última equipe italiana a conquistar o torneio, não tinha um único jogador italiano entre os titulares. Essa tendência também se reflete na seleção, que passou a contar com naturalizados, como Jorginho e Éder.

### Terceiro vexame

Agora, faltando apenas quatro jogos, a Itália ainda sonha com uma classificação direta para o Mundial. Com um jogo a menos que seus adversários, a Azzurra depende apenas de suas próprias forças para garantir a vaga.

As próximas semanas são cruciais para Gattuso, o técnico, e seu time. O país que já simbolizou excelência tática e competitividade se vê agora à beira de um colapso histórico, lutando para não entrar para os anais do futebol com mais um vexame.

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