Dirigente critica multa a Bruno Henrique e defende punição justa

Hugo Jorge Bravo, o responsável pela denúncia que deu início à Operação Penalidade Máxima, disparou críticas após a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em multar o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, em R$ 100 mil, por suposta manipulação de apostas. Segundo ele, essa punição é uma “brincadeira” diante do impacto financeiro que a multa tem no bolso do atleta.

Em uma conversa franca, Hugo afirmou que a quantia é irrisória considerando o salário astronômico de Bruno. “Ele recebe muito mais do que isso mensalmente. A gente vê uma total desproporção nas punições. Outros atletas, especialmente em divisões menores, têm enfrentado sanções muito mais severas por infrações similares”, comentou.

Embora a penalidade tenha sido aplicada, Bruno continua jogando, pois a decisão está sob efeito suspensivo. No entanto, ele não deverá entrar em campo no próximo jogo contra o Juventude, agendado para este domingo.

Hugo destacou também que a gravidade da situação não foi considerada pela decisão do tribunal. “Quando falamos de ética e integridade, não podemos deixar que o lado da torcida ou interesses pessoais pesem na balança. Para ser sincero, não vejo como isso seja uma punição de fato”, disse.

O atacante foi acusado de tentar forçar um cartão amarelo durante um jogo contra o Santos, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro deste ano. Em setembro, o STJD havia aplicado uma suspensão de 12 partidas, mas com o recurso do Flamengo, a decisão foi revista, levando à substituição da punição por uma simples multa.

Hugo Jorge Bravo lembrou que sua denúncia sobre manipulação de resultados no futebol teve início quando soube que o volante Romário, do Vila Nova, foi abordado com uma proposta para cometer um pênalti. Após isso, ele buscou evidências e levou o caso ao Ministério Público de Goiás, resultando na investigação que culminou na Operação Penalidade Máxima.

Desde a operação, diversas pessoas foram denunciadas, incluindo jogadores. A investigação levou a sanções, e enquanto Romário foi banido temporariamente, ele e outros atletas conseguiram retomar as atividades futebolísticas alguns anos depois. No início deste ano, 23 dos 33 jogadores sob investigação já estavam liberados para jogar novamente.

Enquanto isso, Bruno Henrique enfrenta também questões na esfera criminal, já que foi denunciado pela Polícia Federal por envolvimento em fraude esportiva e aguarda julgamento na Justiça.

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