Campeão do mundo em 94 e FPF enfrentam denúncias de irregularidades com Petrobras
O Ministério Público está investigando uma possível irregularidade em um patrocínio de R$ 7 milhões entre a Petrobras e Mauro Silva, o vice-presidente da Federação Paulista de Futebol. A situação gerou um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) e corre em segredo de Justiça. O ministro Jorge Oliveira é o responsável pelo caso, que também menciona Reinaldo Carneiro Bastos, o presidente da FPF.
A investigação começou a partir de uma denúncia feita em 22 de outubro de 2025 pelo advogado Joel dos Passos Mello. Ele é um integrante do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo, um órgão independente da FPF. A denúncia coloca a Petrobras em uma situação potencialmente complicada, pois alega que a empresa pode ter sido enganada ao assinar o contrato, que aparentemente não respeita a Lei Geral do Esporte. Essa lei regulamenta a transferência de recursos públicos para instituições esportivas.
### Envolvimento dos Dirigentes
Além de Mauro Silva, o presidente Reinaldo Carneiro Bastos e o vice-presidente Fernando Solleiro estão na mira da investigação. Uma das situações questionadas é uma mudança no estatuto da FPF, aprovada em janeiro de 2025. Essa alteração permitiu reconduções consecutivas ao cargo de presidente e, por conta disso, a Federação se tornou inelegível para receber recursos federais. Esse processo de mudança não foi totalmente claro e a ata da assembleia não foi divulgada, levantando suspeitas de omissão dos dirigentes.
A denúncia afirma que fica evidente que a Petrobras não tinha noção de possíveis ilegalidades que estavam acontecendo na gestão atual da FPF, o que interfere diretamente no convênio que foi firmado.
O Ministério Público de Contas já pediu ao TCU para suspender imediatamente o contrato de patrocínio, afastar os dirigentes envolvidos e realizar uma auditoria sobre os repasses feitos até agora. O intuito é checar se a Lei Geral do Esporte foi desrespeitada e se houve prejuízos ao erário.
### O Contrato e a Parceria
A parceria entre a Petrobras e a FPF começou em 2024, inicialmente com um contrato de R$ 6 milhões, destinado ao investimento no Paulistão Feminino, na Copinha Feminina e na Copa Paulista. Em maio de 2025, o contrato foi renovado e ampliado para R$ 7 milhões, com validade até maio de 2026.
A Federação Paulista de Futebol, em resposta à denúncia, afirmou que a parceria com a Petrobras sempre foi realizada com total transparência e que o contrato passou por uma análise cuidadosa antes de ser assinado. Além disso, a FPF expressou surpresa pelo fato de uma denúncia assim ter surgido em um período pré-eleitoral.
### Comunicações das Entidades
A FPF ressaltou que está comprometida com a transparência e vai provar a improcedência da denúncia durante as investigações. Por outro lado, a Petrobras também se manifestou, afirmando que o patrocínio ao futebol feminino atendeu todas as regras de governança e conformidade ao ser assinado.
Essa investigação está criando um burburinho sobre os procedimentos administrativos e contratuais na FPF, e a expectativa é que novos desdobramentos ocorram em breve.
