Atlético-MG, Botafogo e Fluminense enfrentam jogos a cada três dias

O presidente da CBF, Samir Xaud, anunciou que está preparando uma nova proposta para o calendário do futebol brasileiro. A ideia é que, em cerca de 60 dias, esse plano seja apresentado e discutido com os clubes e federações estaduais. O objetivo é melhorar a situação atual, que tem sido criticada pelo excesso de jogos e pela falta de tempo adequado para treinamentos e recuperação dos atletas.

Atualmente, times como Atlético-MG, Botafogo e Fluminense, que ainda estão em três competições, podem enfrentar até 34 partidas até o fim da temporada. Isso significa que, se continuarem no ritmo, jogarão a cada 3,9 dias, algo que claramente pressiona o desempenho dos jogadores.

A situação fica ainda mais intensa com as pausas programadas. Ao todo, o calendário terá três datas FIFA que somam 27 dias de interrupção no campeonato, ocorrendo de 1 a 9 de setembro, de 6 a 14 de outubro e de 10 a 18 de novembro. Portanto, teremos apenas 105 dias para realizar os jogos até o final do ano, o que, para os clubes que ainda estão na briga, poderia resultar em uma partida a cada 3,1 dias. Essa sequência pesada pode ser um grande desafio.

Além da maratona de jogos, a situação é ainda mais delicada para o Botafogo e o Fluminense. Esses times participaram da Copa do Mundo de Clubes no meio do ano, enquanto os outros clubes aproveitaram esse tempo para dar férias aos seus jogadores. Isso significa que os atletas dessas equipes, ao invés de descansarem, mantiveram um nível alto de atividade.

Guilherme Soares, da Volt Sports Science, destaca que não é apenas o físico que está sob pressão, mas também a saúde mental dos jogadores que participaram do mundial. Mesmo diante desse desgaste, ele acredita que, com uma gestão consciente e multidisciplinar, é possível manter uma boa performance até dezembro. “É um desafio, mas é viável administrar bem o treinamento, os jogos e o descanso para que os atletas encontrem um equilíbrio físico e emocional”, afirma.

A fisioterapeuta Dra. Morgana Américo também ressalta a importância de fazer uma gestão cuidadosa da carga de trabalho. Segundo ela, muitas vezes, treinar menos pode ser mais eficaz, desde que se priorize a qualidade dos treinos. Nessa fase decisiva, o foco deve ser manter o alto desempenho e evitar lesões, garantindo que os atletas estejam prontos para enfrentar os desafios que estão por vir.

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