Atacante de time do Rio atua com tornozeleira eletrônica
Yuri de Carvalho da Silva está de volta aos campos, mas a sua história é marcada por desafios que vão além do futebol. Atualmente no Goytacaz, o atacante se destaca em um campeonato e, ao mesmo tempo, carrega uma tornezeleira eletrônica que simboliza o seu cumprimento de pena em regime aberto. Depois de passar sete anos preso por tráfico de drogas, ele saiu da cadeia em maio deste ano.
Com a chance de conquistar a Série B2 do Campeonato Carioca, Yuri precisa lidar com as realidades da sua nova vida. Desde que começou a competição, ele entrou em todos os jogos monitorado pelo equipamento. No último domingo, durante a partida contra o Macaé, as câmeras registraram a tornozeleira presa à sua perna esquerda.
No próximo domingo, ele terá a oportunidade de disputar o título novamente, ainda sob vigilância. Essa situação inusitada não é vista como um impedimento pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Na verdade, eles não têm nenhuma regra que proíba atletas com tornozeleiras de jogar.
O Goytacaz já fez um pedido ao Judiciário para que a tornozeleira seja removida, mas ainda aguarda a resposta. A história de Yuri no futebol tem um início complicado. Em 2018, enquanto jogava pelo Campos Atlético Associação, ele foi detido durante a Operação Verde Oliva, acusado de usar sua influência no meio esportivo para traficância. Após a condenação, ele cumpriu pena na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro até conseguir a progressão para o regime aberto.
Agora, entre treinos e jogos, ele tenta reescrever sua trajetória. A tornezeleira, sempre à vista, faz de cada jogo uma lembrança concreta do seu passado. Com isso, ele busca reconstruir sua carreira, misturando os desafios de sua vida pessoal com sua paixão pelo futebol. Neste domingo, ao lutar pelo título da Série B2, Yuri representa a fusão entre punição, vigilância e a esperança de um novo começo no campo.
