Filho de Cid Moreira publica carta após prisão do irmão

Roger Moreira, filho adotivo de Cid Moreira, fez um desabafo após a prisão de seu irmão, Rodrigo Radenzév Simões Moreira, na última segunda-feira, em São Pedro, interior de São Paulo. Rodrigo foi preso em flagrante por tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, após sua ex-mulher relatar ter sido ameaçada com um revólver e pedir uma medida protetiva.

Em uma carta enviada ao apresentador Arthur Pires, do Tutu do Camarote da Fofoca, Roger explicou que não estava tentando justificar os atos de seu irmão, mas sim contextualizar a história familiar marcada por abandono e falta de afeto. Ele começou se apresentando: “Sou Roger, filho adotivo de Cid Moreira. E escrevo não para justificar erros, crimes ou violências — porque nada disso se justifica —, mas para trazer à luz histórias que começaram muito antes do que agora é manchete.”

No texto, Roger descreve Cid como um profissional admirado, mas distante emocionalmente em casa. “Foi um homem brilhante na profissão, admirado por milhões. Mas, como pai, era ausente e muitas vezes cruel em seus julgamentos”, revelou.

Roger também compartilhou que Rodrigo foi abandonado na infância, o que sem dúvida moldou sua trajetória. “Rodrigo, filho biológico de Cid, foi deixado de lado ainda criança. Cresceu sem um pai presente, sem carinho ou cuidados. Isso resulta em comportamentos autodestrutivos, mas não pode ser visto como uma justificativa para suas ações”, acrescentou.

Na carta, ele menciona outros membros da família, como Jaciara, que sofreu rejeição e problemas de saúde mental, e a história de Alexandre, que veio a falecer precocemente. Essas experiências refletem como a ausência emocional e o preconceito tiveram impacto profundo na vida da família.

Refletindo sobre sua própria relação com Cid, Roger falou sobre sentir-se aceito apenas enquanto se encaixava nas expectativas do pai. “Fui adotado porque correspondia ao que ele desejava. Quando tentei viver minha vida, passei a ser rejeitado”, disse.

Sobre a prisão de Rodrigo, Roger expressou sua tristeza, mas não surpresa. “Ver meu irmão nessa situação não é novo para mim. Isso me entristece profundamente. A agressão nunca é justificável, mas buscar entender as raízes da questão é essencial”, afirmou.

No final, Roger revelou que decidiu estar ao lado do irmão nesse momento difícil. “Não posso abandoná-lo agora. Eu não carrego isso na minha consciência. Seria repetir o abandono que ele enfrentou a vida toda”, afirmou. Ele disse que estender a mão é uma forma de tentar mudar essa história de dor.

A carta termina com uma reflexão poderosa sobre o abandono emocional e seus efeitos devastadores. “Aprendi que o abandono mata aos poucos — e eu me recuso a ser parte disso.”

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