Aline Borges discute racismo estrutural e suas implicações

No Prêmio Potências, Aline Borges compartilhou seus pensamentos sobre ancestralidade, representatividade e a força de sua personagem, que se tornou um termômetro nas ruas. Durante o evento, realizado na última segunda-feira, Aline conversou sobre o que significa para ela estar entre os nomes reconhecidos pela premiação. Para a atriz, essa celebração da cultura negra traz à tona talentos que frequentemente ficam esquecidos no cenário nacional.

“A importância do prêmio é valorizar as potências que temos, que muitas vezes são apagadas. Receber uma indicação me conecta à minha ancestralidade. É um lembrete de que sou continuidade”, destacou Aline.

O papel das referências na luta por representatividade

Aline também mencionou figuras importantes como Lélia Gonzalez, Ruth de Souza, Abdias do Nascimento e Neuza Santos. Ela enfatizou que o reconhecimento atual deve muito ao trabalho de artistas e intelectuais negros que abriram os caminhos décadas atrás. “Se estamos aqui, é porque muitos lutaram antes de nós. É fundamental lembrar de quem veio antes”, afirmou.

Diversidade e vivências distintas

A atriz de “Dona de Mim” falou ainda sobre sua identidade dentro da diversidade racial no Brasil. Ela reconheceu que existem diferentes experiências entre as mulheres negras, especialmente em relação ao tom de pele. “Sou uma mulher negra de pele clara. O preconceito que enfrentei não se compara ao que uma mulher negra retinta vive. Mas, com essa consciência, eu busco ocupar espaços e abrir portas. A única diferença é a melanina”, explicou.

Reações do público e a vilã Tânia

Sobre sua personagem, a vilã Tânia, que tem gerado muitas reações intensas, Aline contou que o público frequentemente a aborda em suas viagens. “Sempre que viajo, alguém me pergunta: ‘Quando você vai matar o Jaques?’”, compartilhou. Para Aline, essa empatia dos espectadores é um sinal de que eles estão realmente conectados com a história. “Eles buscam justiça, e isso diz muito sobre como todos estão atentos”, observou.

Quando questionada sobre a possibilidade de Tânia realizar o ato tão esperado pelos fãs, Aline desconversou, mas deixou a expectativa no ar: “Não sei se vou fazer isso, mas acho que ele merece ser punido. Não sei se ele merece morrer, mas que pague por tudo, com certeza”. A atriz ainda acrescentou que seria simbólico se essa reviravolta acontecesse pelas mãos de sua personagem. “Seria lindo que uma mulher negra colocasse ele no lugar dele. A gente está em todos os lugares”, finalizou.

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