Brasil termina ano com empate e mantém oscilações na Data Fifa

Após uma vitória convincente contra Senegal, a Seleção Brasileira encontrou dificuldades e empatou em 1 a 1 com a Tunísia, levantando novamente questões sobre a falta de consistência do time. Essa montanha-russa de resultados já é uma marca registrada da equipe sob o comando de Ancelotti. A vitória por 2 a 0 contra Senegal, no Emirates Stadium, em Londres, parecia dar uma luz ao futuro da Seleção, mas o empate em Lille mostrou que ainda há muitos obstáculos a serem superados.

Durante o amistoso, Ancelotti decidiu fazer algumas mudanças na escalação. Entraram Bento, Wesley e Caio Henrique, enquanto Ederson, Gabriel Magalhães e Alex Sandro foram deixados de fora. A Seleção começou criando boas oportunidades, com Estêvão e Rodrygo se destacando. Porém, um deslize de Wesley aos 23 minutos levou ao primeiro gol da Tunísia, marcado por Mastouri. O empate veio em um pênalti marcado no final do primeiro tempo, quando Bronn desviou a bola com a mão. Estêvão foi para a cobrança e deixou tudo igual.

No segundo tempo, houve mais alterações, com a entrada de Danilo, Vitor Roque, Fabrício Bruno, Paquetá, Fabinho e Luiz Henrique. O Brasil não conseguiu manter a pressão e teve um pênalti desperdiçado por Paquetá, o que foi um duro golpe. A Tunísia, empurrada pela torcida, dificultou as jogadas brasileiras e manteve o jogo sob controle até o apito final.

### O contraste entre Senegal e Tunísia

No confronto anterior, o clima era outro. Contra Senegal, Ancelotti escalou o que parece ser seu time titular e viu Estêvão brilhar ao abrir o placar. O volante Casemiro também contribuiu, ampliando a vantagem logo em seguida. A atuação segura parecia indicar que a Seleção havia finalmente encontrado um caminho claro para 2026. Mas essa expectativa não durou nem três dias.

### Expectativas e frustrações

Esse padrão de altos e baixos se repete: quando a equipe parece se acertar, logo vem a queda, frequentemente dramática. Antes, uma vitória elástica contra a Coreia do Sul foi seguida pela primeira derrota da história para o Japão. Agora, uma performance sólida diante de Senegal foi arruinada por uma partida insatisfatória contra a Tunísia, que não está entre os destaques do futebol africano.

E não se pode falar em um ambiente hostil como justificativa. Apesar da presença marcante dos torcedores tunisianos, a baixa performance da Seleção deve-se à sua incapacidade de manter um padrão competitivo, especialmente em amistosos que, muitas vezes, deveriam ser mais tranquilos.

### A falta de protagonistas

Outro ponto preocupante é a ausência de figuras confiáveis em campo. A camisa 10 não parece ter um porta-voz claro. Rodrygo, apesar de suas qualidades, não tem mostrado um desempenho que o coloque como líder da equipe. E Vini Jr. ainda não conseguiu reproduzir em campo o brilho que tem no Real Madrid. Ele até tenta, mas suas finalizações e decisões têm deixado a desejar. Por outro lado, Estêvão, aos 18 anos, se destaca, marcando gols e convertendo pênaltis, mas há o risco de a pressão própria da seleção desgastar seu talento.

### Persistem as carências

A Seleção ainda enfrenta problemas recorrentes: muitos chutes sem direção, cruzamentos imprecisos e decisões ruins em momentos críticos. Falta um finalizador seguro. Vitor Roque mostrou potencial ao ganhar um pênalti, mas a cobrança perdida por Paquetá reafirmou que mesmo aqueles que conseguem aparecer não garantem a eficácia nos momentos decisivos.

### Um ano de incertezas

O Brasil poderia ter encerrado 2025 em alta, aproveitando confrontos mais acessíveis. No entanto, uma pressão de amistoso simples trouxe à tona as fragilidades do time. Sem vencer equipes de menor expressão, a oscilação se torna um sinal de alerta claro para o futuro, cedendo espaço à dúvida sobre a capacidade até mesmo de avançar nas quartas de final em 2026.

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