Record detalha esquema de doações de pix desviadas por ex-repórter

Após duas longas esperas, o julgamento do jornalista Marcelo Castro, acusado de desviar dinheiro destinado a famílias em situação de vulnerabilidade, foi novamente adiado. Agora, a nova data marcada é para maio do ano que vem. Com isso, algumas das vítimas decidiram compartilhar suas histórias em um programa de TV recente, revelando os detalhes de como o esquema funcionava.

Dentre os afetados, está Jucileide Souza de Jesus, que perdeu seu filho Miguel, de apenas 17 anos, para uma doença rara chamada leucodistrofia. Miguel precisava de uma cadeira de rodas adaptada e participou de uma campanha promovida por Castro no programa “Balanço Geral Bahia”, onde o jornalista pedia doações para ajudar essas famílias. O impacto foi grande: embora Castro tenha arrecadado R$ 45 mil em nome de Miguel, apenas R$ 10 mil chegaram às mãos de Jucileide.

Outro relato tocante é o de Lucileide Maria, que contou sobre a situação de seu filho, Augusto Cesar, de 21 anos, que enfrenta limitações de mobilidade devido a complicações de hidrocefalia. Ela menciona que, durante a gravação da matéria, Castro pediu que ela chorasse diante das câmeras e que Augusto se arrastasse no chão para sensibilizar o público. Apesar de terem arrecadado R$ 30 mil, a família recebeu apenas R$ 6 mil.

O programa “Domingo Espetacular” revelou que uma investigação interna da emissora descobriu a participação de Marcelo Castro, junto com outros dois profissionais, em um esquema que afetou 12 famílias ao longo de um ano e cinco meses. Juntos, eles arrecadaram mais de R$ 543 mil, mas cerca de 75%, ou seja, R$ 407 mil, foi desviado.

Como consequência, os envolvidos foram demitidos por justa causa e estão enfrentando processos legais por apropriação indébita, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Até o momento, as defesas dos acusados não se manifestaram.

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