Réus do caso Ninho do Urubu são absolvidos e geram revolta

A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) está em luto e indignação após a Justiça do Rio de Janeiro absolver os sete acusados envolvidos no caso. O incêndio, que aconteceu em 2019 no centro de treinamento do Flamengo, resultou na morte de dez jovens, e, para os familiares, essa decisão é um verdadeiro golpe na memória das vítimas.

Em uma nota, a associação que representa os parentes dos adolescentes expressou seu “profundo e irrevogável protesto” frente à sentença. Para eles, essa absolvição não apenas desrespeita as vidas perdidas, mas também ignora o clamor da sociedade por justiça. Para muitos, o episódio reforça a sensação de impunidade, algo que assombra famílias que já enfrentam a dor da perda.

A nota também destaca a importância de que a Justiça dê uma mensagem clara em relação à segurança e à responsabilidade, principalmente quando se trata de jovens atletas. “Negligências e falhas não podem ser aceitáveis”, afirmam. Para a Afavinu, a função da Justiça vai além das leis; deve servir também para prevenir situações semelhantes no futuro.

O sentimento de inação também foi mencionado. A absolvição, segundo a associação, fragiliza os mecanismos que deveriam proteger a vida e a segurança de jovens em instituições esportivas e assistenciais. “Isso é inaceitável e precisamos lutar por uma mudança”, dizem os familiares, garantindo que não desistirão até que a justiça seja feita.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro também anunciou que irá recorrer da decisão. A expectativa é que o caso seja reavaliado e que novos desdobramentos surjam. Enquanto isso, o Flamengo não se manifestou sobre a situação até o fechamento desta matéria.

### O Incêndio Trágico

O incêndio no Ninho do Urubu aconteceu em 8 de fevereiro de 2019. Naquele dia, 26 jovens estavam dormindo nas dependências do alojamento. Dez deles não conseguiram escapar e três ficaram feridos, uma tragédia que abalou as famílias e a sociedade.

Desde janeiro de 2021, o processo criminal estava em andamento, investigando as causas do incêndio e a responsabilidade dos dirigentes do clube. O Ministério Público chegou a ouvir mais de 40 testemunhas, buscando trazer à tona todas as verdadeiras responsabilidades.

Entre os absolvidos estão figuras chave como Márcio Garotti, ex-diretor financeiro, e engenheiros responsáveis pelas instalações do local. O juiz Tiago Fernandes Barros considerou improcedente a ação que pedia a responsabilização dos réus por incêndio culposo e lesão corporal grave. Essa decisão, no entanto, ainda pode ser revista em instâncias superiores, deixando uma esperança acesa para as famílias que sonham por justiça.

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