Trabalho em turnos aumenta em 15% risco de pedras nos rins

Cerca de 10% dos adultos no Brasil enfrentam, em algum momento da vida, problemas relacionados a cálculos renais, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia. Recentemente, a saída do cantor Luan Pereira da competição “Dança dos Famosos”, no “Domingão com Huck”, chamou a atenção para essa questão de saúde. Ele precisou se afastar por causa de pedras nos rins, um problema que vem sendo cada vez mais discutido.

Um estudo com 226 mil pessoas revelou que trabalhar em horários irregulares pode aumentar em 15% o risco de desenvolver esses cálculos. Para aqueles que atuam à noite ou em turnos alternados — como profissionais de segurança ou saúde —, esse risco sobe para 22%. Esse estudo, realizado pela Universidade Sun Yat-sen, na China, é um dos mais abrangentes sobre a relação entre o trabalho e a saúde renal, acompanhando os participantes ao longo de 14 anos.

Veja como os turnos impactam a saúde renal

Essa pesquisa mostra que os horários irregulares, especialmente o trabalho noturno, podem desregular o ritmo circadiano do corpo, afetando o metabolismo e a liberação de hormônios, o que prejudica a função dos rins. Estudos anteriores já ligaram o trabalho noturno a problemas como obesidade, hipertensão e doenças cardíacas — todos fatores que favorecem a formação de cálculos.

Curiosamente, até 22% do impacto do trabalho em turnos está associado ao aumento de peso. Fatores como fumar e dormir mal também colaboram, representando cerca de 6% cada. Por outro lado, manter-se bem hidratado, principalmente com água, chá e café, pode reduzir o risco de cálculos em quase 18%.

Pesquisadores como Man He e Yin Yang destacaram que não cuidar de hábitos como fumar ou manter uma alimentação equilibrada pode agravar o problema. O estudo incluiu participantes de diversas idades (entre 37 e 73 anos) e foi feito utilizando dados do UK Biobank, que reúne informações valiosas sobre saúde.

A questão do sedentarismo

Os resultados foram ainda mais alarmantes para trabalhadores com menos de 50 anos e que realizam tarefas de menos esforço físico. Essa correlação pode estar ligada à baixa ingestão de líquidos.

Yin Yang, que é epidemiologista e coautor do estudo, enfatiza a importância de políticas de saúde que ajudem esses trabalhadores: “O trabalho em turnos deve ser visto como um fator de risco para cálculos renais. É fundamental promover hábitos saudáveis, como se manter hidratado, controlar o peso, dormir bem e evitar o sedentarismo e o tabagismo.”

Os pesquisadores acreditam que pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença. Intervir em fatores como peso e qualidade do sono pode prevenir muitos casos de cálculos renais entre trabalhadores que enfrentam horários irregulares.

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