Exame normal, mas goleiro do Santos continua como dúvida
O goleiro Gabriel Brazão, de 24 anos, enfrenta um momento delicado após levar uma joelhada na cabeça durante uma partida contra o Atlético-MG, no último domingo (14/9). O incidente ocorreu na Arena MRV, em Belo Horizonte, e resultou em sua substituição logo em seguida. Ele deixou o campo a bordo de uma ambulância, o que gerou preocupação entre os torcedores e nos fãs nas redes sociais.
Após a lesão, imagens de um inchaço na testa do atleta começaram a circular pela internet, aumentando a ansiedade do público. O Santos divulgou que Gabriel fez uma tomografia, que não apontou alterações graves. Mesmo assim, ele ainda é dúvida para o clássico contra o São Paulo, programado para este domingo (21/9). Isso se deve ao protocolo de concussão, que a comissão técnica acionou durante a partida.
## Entenda o protocolo de concussão
Quando ocorre uma contusão desse tipo, as normas da International Football Association Board (IFAB) determinam que o jogador deve ser substituído imediatamente e não pode voltar ao jogo. O time, então, ganha uma substituição extra, assim como o adversário. Além disso, o atleta que sofreu a concussão deve ser avaliado e não poderá treinar por pelo menos cinco dias.
No caso do Gabriel, ele foi liberado para voltar aos treinos na sexta-feira (19/9), mas sua presença no jogo contra o São Paulo ainda é incerta. O médico neurocirurgião Raphael Bertani, que já defendeu a adoção desse protocolo, ressalta a importância do cuidado: “O cérebro pode parecer recuperado, mas ainda está vulnerável”. Durante esse tempo, o atleta deve manter repouso, evitando esforços físicos ou atividades que exijam muito do mental, como videogames ou estudos intensos.
A preocupação é que, se voltar antes do tempo, ele pode enfrentar a síndrome do segundo impacto. Isso acontece quando uma nova pancada ocorre em um intervalo curto, podendo resultar em consequências sérias, incluindo risco de vida. Por isso, é fundamental respeitar o período mínimo de cinco semanas para voltar ao jogo.
## A importância da conscientização sobre a concussão
Bertani destaca que é essencial conscientizar todos os envolvidos no futebol—torcedores, atletas e dirigentes—sobre os sinais de uma concussão. Entre os sintomas mais comuns estão a perda de consciência, desequilíbrio, olhar confuso, dores de cabeça intensas, náuseas e sonolência excessiva. Se não tratada corretamente, uma concussão pode esconder problemas sérios, como fraturas e sangramentos, além de causar consequências a longo prazo, como a encefalopatia traumática crônica.
Esse quadro degenerativo já foi identificado em atletas de esportes de contato e pode levar a demência precoce e perdas cognitivas. É um risco que aparece silenciosamente ao longo dos anos, mas que pode ser evitado com a devida atenção. O futebol é uma paixão para muitos no Brasil, mas proteger a saúde do atleta é prioridade. Cuidar do cérebro significa garantir uma carreira mais longa e uma qualidade de vida melhor no futuro.