Retinoblastoma: especialista esclarece câncer ocular em crianças

Muitos pais não imaginam, mas algo que parece simples, como o reflexo dos olhos em fotos, pode ser um sinal de alerta. A médica oncologista Sabina Aleixo comenta sobre o retinoblastoma, um tipo raro de câncer que afeta principalmente crianças, geralmente antes dos cinco anos de idade.

O retinoblastoma surge na retina—que é a parte do olho responsável por capturar a luz e formar imagens. Quando algumas células dessa região começam a crescer descontroladamente, um tumor se forma. Apesar de ser o câncer ocular mais comum na infância, ele ainda é considerado raro.

Atenção ao Reflexo Branco

Um dos primeiros sinais que os pais podem notar é chamado de leucocoria. Isso acontece quando a pupila da criança aparece branca ou brilhante nas fotos, especialmente em imagens tiradas com flash. Outros sintomas que podem aparecer incluem olhos desalinhados (estrabismo), vermelhidão nos olhos, aumento do tamanho de um dos olhos e dificuldades de visão, que a criança pode não conseguir explicar, mas que os pais perceberão pela dificuldade em fixar o olhar.

A doutora Aleixo sugere prestar atenção nas fotos das crianças e ficar alerta para qualquer reflexo branco em um dos olhos. Não ignore também os sinais de estrabismo. Se algo parecer fora do normal, é fundamental levar a criança ao oftalmologista.

Diagnóstico Acelerado

Quando se suspeita de retinoblastoma, um exame oftalmológico detalhado é imprescindível. Às vezes, a criança pode precisar ser examinada sob anestesia para que o médico consiga avaliar toda a retina com segurança. Exames de imagem, como ultrassom ocular ou tomografia, podem ajudar a entender melhor a situação e planejar o tratamento mais adequado.

A doutora enfatiza que levar as crianças regularmente ao pediatra e buscar uma avaliação oftalmológica caso surjam suspeitas visuais é crucial. Detectar a doença precocemente aumenta significativamente as chances de cura e preservação da visão.

Tratamentos Variados

O tratamento do retinoblastoma varia de acordo com o tamanho e a localização do tumor, além de considerar se a doença afeta um ou ambos os olhos. As opções incluem quimioterapia (sistêmica ou local), que pode ser aplicada diretamente no olho, laser e crioterapia para destruir pequenos tumores, e em casos mais avançados, radioterapia. Às vezes, é necessário realizar a enucleação, que é a retirada do olho, mas isso ocorre somente se a preservação da visão não for viável e a prioridade for salvar a vida da criança.

Mesmo após o tratamento, o acompanhamento longo é essencial, pois existe a possibilidade de o retinoblastoma retornar ou se manifestar em outras partes da retina.

Essas informações são valiosas e podem fazer a diferença na vida de muitas crianças. Fique atento aos sinais e cuide da saúde ocular de quem você ama!