Distrofias musculares: entenda a importância do diagnóstico precoce

Existem mais de 30 tipos de distrofia muscular, segundo o Ministério da Saúde. Para entender melhor essas condições, conversamos com o neurologista Carlos Regoto e o educador físico Luiz Fernando Lukas.

Nesta quarta-feira, dia 17 de setembro, comemoramos o Dia Nacional de Conscientização sobre as Distrofias Musculares. Essas doenças genéticas causam enfraquecimento muscular e perda de massa. O Dr. Regoto nos contou sobre os sintomas, como é feito o diagnóstico e quais são as possibilidades de tratamento — além de falar sobre a prevenção.

As distrofias musculares são definidas como um grupo de doenças genéticas que levam à degeneração e fraqueza progressiva dos músculos esqueléticos. Isso acontece devido a mutações em genes que são responsáveis por produzir proteínas essenciais para que os músculos funcionem corretamente, como a distrofina, por exemplo.

Tipos Comuns de Distrofia Muscular

De acordo com o Ministério da Saúde, as distrofias mais conhecidas incluem:

  • Distrofia muscular de Duchenne
  • Distrofia muscular de Becker
  • Distrofia muscular do tipo cinturas
  • Distrofia muscular Facio-Escápulo-Umeral
  • Distrofia muscular miotônica ou de Steinert
  • Distrofia muscular congênita

Sintomas

Os sintomas variam bastante, mas alguns dos mais comuns são:

  • Fraqueza muscular que vai piorando com o tempo
  • Quedas frequentes
  • Dificuldade para correr, subir escadas ou até levantar-se do chão
  • Deformidades ósseas, como a escoliose
  • Perda da capacidade de andar em estágios mais avançados

Em alguns casos, também pode haver comprometimento cardíaco, respiratório e até problemas de aprendizado.

Diagnóstico

Para chegar ao diagnóstico, o médico faz uma avaliação clínica e solicita exames complementares. Alguns dos testes incluem:

  • CPK elevada (uma enzima que pode indicar problemas musculares)
  • Eletromiografia, que mostra o funcionamento dos músculos
  • Biópsia muscular para verificar se há degeneração
  • Testes genéticos são considerados o padrão ouro, ajudando a identificar mutações específicas.

Tratamento

O tratamento para distrofias musculares é bem abrangente e envolve várias áreas. Os pacientes podem contar com:

  • Fisioterapia motora e respiratória
  • Uso de órteses
  • Acompanhamento cardiológico
  • Corticoterapia em alguns casos, como na distrofia de Duchenne
  • Ventilação não invasiva quando há problemas respiratórios

Luiz Fernando Lukas, professor de educação física, reforça a importância da atividade física. Embora não haja cura, existe a possibilidade de controlar a condição. Com exercícios adaptados e fisioterapia, é possível melhorar a mobilidade dos pacientes. Os medicamentos e o acompanhamento constante da saúde cardíaca e respiratória também são essenciais.

Prevenção e Diagnóstico Precoce

Como se trata de uma condição genética, não há como prevenir a distrofia muscular. No entanto, os exames de mapa genético podem oferecer informações importantes para famílias que consideram ter filhos, assim como o diagnóstico precoce da doença. Um diagnóstico mais cedo permite que a pessoa inicie um programa de exercícios adaptado, com atividades que vão desde musculação até aeróbica, melhorando a qualidade de vida.

Por fim, o Dr. Regoto destacou a relevância do aconselhamento genético e da detecção precoce. Isso ajuda a iniciar intervenções terapêuticas logo nos primeiros sinais da doença, garantindo um suporte mais eficaz e melhor qualidade de vida para as pessoas afetadas.

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