Crítica de sociedades médicas ao veto de Ozempic e Wegovy no SUS

As últimas notícias sobre a inclusão de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) geraram um burburinho entre especialistas e instituições de saúde. Recentemente, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) decidiu não incluir os fármacos Wegovy, Ozempic e Saxenda na lista de tratamentos disponíveis. A alegação principal foi o alto custo desses medicamentos, o que acendeu um alerta sobre a desigualdade no acesso a tratamentos para condições como obesidade e diabetes.

A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) não ficaram quietas e se manifestaram, expressando sua insatisfação com essa decisão. Isso aconteceu no último sábado, e o descontentamento foi nítido: eles destacaram que essa medida pode agravar ainda mais a situação de muitos brasileiros que dependem do SUS para tratamento.

De acordo com essas instituições, uma grande parte das pessoas com obesidade — cerca de sete em cada dez — depende exclusivamente do SUS para ter acesso a cuidados de saúde. Qualquer avanço nesse sistema, que é considerado um exemplo para outros países, é algo que deve ser priorizado, especialmente no atendimento a doenças como a obesidade. Além disso, no Brasil, existem seis medicamentos aprovados pela Anvisa para tratar a obesidade, mas a questão do acesso financeiro faz com que muitos fiquem sem essa opção.

O Ministério da Saúde também se pronunciou sobre essa situação. Em sua declaração, eles argumentaram que as decisões da Conitec consideram as melhores evidências científicas disponíveis. Isso inclui a análise da eficácia dos medicamentos, sua segurança e o custo-benefício. No caso dos medicamentos liraglutida e semaglutida, eles apontaram que o impacto financeiro anual estimado chegaria a impressionantes R$ 8 bilhões.

Os remédios barrados são fabricados pela Novo Nordisk e incluem o Saxenda, que é utilizado para tratar a obesidade e diabetes tipo 2, e o Wegovy/Ozempic, indicado para pacientes que enfrentam obesidade e problemas cardiovasculares. Essa situação evidencia a complexidade do acesso ao tratamento de saúde no Brasil e a necessidade de um olhar mais atento a essas questões por parte das autoridades.

você pode gostar também