Câncer de pulmão em não fumantes: sinais e prevenção alertam médico
Em agosto, celebramos um mês especial para a saúde dos pulmões, marcado pela cor branca, que simboliza a conscientização sobre o câncer de pulmão. O dia 1º é uma data global de combate à doença, enquanto no Brasil o dia 29 é dedicado ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, considerado o maior fator de risco para esse tipo de câncer.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão é alarmante: entre 2023 e 2025, o Brasil pode registrar mais de 32 mil novos casos de câncer de pulmão por ano. Essa doença é uma das mais graves do nosso país, com alta mortalidade, principalmente porque muitos são diagnosticados tardiamente. Vale lembrar que cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao tabagismo.
Mas engana-se quem pensa que esse problema afeta apenas quem fuma. Um estudo da Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da OMS, revela que a incidência de câncer de pulmão está crescendo entre pessoas que nunca fumaram. Esse cenário é especialmente comum entre mulheres, onde quase 60% dos casos diagnosticados são de não fumantes. Fatores como poluição do ar, genética e problemas no sistema imunológico podem contribuir para isso.
Em uma conversa com o Portal Caiçara, o oncologista Jorge Abissamra detalha os sintomas mais comuns do câncer de pulmão. Entre eles, ele menciona a tosse persistente, a falta de ar, dor no peito, rouquidão, perda de peso inexplicada e cansaço constante. O médico destaca que muitos desses sinais aparecem de forma discreta, o que pode levar a confusões com problemas respiratórios comuns, adiando o diagnóstico.
Abissamra explica que existem dois tipos principais dessa doença: o câncer de pulmão de pequenas células, que é mais agressivo e geralmente associado ao consumo de cigarro, e o câncer de pulmão de não pequenas células, que é mais comum e pode atingir também pessoas que nunca fumaram.
O tratamento varia conforme o estágio da doença e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo. Quando o câncer já está em uma fase mais avançada, os cuidados paliativos se tornam essenciais. O foco nesses casos é proporcionar conforto ao paciente e melhorar sua qualidade de vida.
Além disso, o oncologista alerta que não só o cigarro tradicional, mas também o uso de narguilé e cigarros eletrônicos, assim como a poluição, aumentam o risco de desenvolver câncer de pulmão. Portanto, a atenção aos sinais do corpo e a busca por uma avaliação médica antecipada são cruciais para todos, independentemente do histórico de tabagismo.