Franciely Freduzeski fala sobre o impacto da fibromialgia

Com a reprise da novela “América” (2005) no canal Viva, Franciely Freduzeski voltou a ser destaque. A atriz revive a personagem Conchita e, ao mesmo tempo, retoma sua carreira depois de um afastamento provocado pelas dores crônicas da fibromialgia, uma condição que a diagnosticaram em 2022. Desde então, ela tem se dedicado a aumentar a conscientização sobre a doença e o apoio a quem enfrenta essa realidade. Além de atriz, Franciely, de 46 anos, se formou em Psicologia e começou a trabalhar na área.

Em uma conversa descontraída, ela compartilhou detalhes sobre o impacto da fibromialgia em sua vida. Recentemente, recebeu a medalha Chiquinha Gonzaga, uma homenagem a mulheres que se destacam em causas sociais e culturais. “Foi um período bem complicado! Tudo começou com dores inexplicáveis que me levaram a buscar ajuda de diversos médicos. Após um longo caminho, só então veio o diagnóstico”, revela Franciely.

### O desafio da fibromialgia

A atriz contou que a síndrome a afastou do palco, da TV e da rotina. Para ela, a dor constante traz um sentimento de invisibilidade. “Foi um processo doloroso, tanto físico quanto emocional, mas também um divisor de águas. Estudei Psicologia e mergulhei no ativismo, e agora uso minha voz para dar visibilidade a quem enfrenta dores invisíveis”, diz.

Franciely, que vem de Laranjeiras do Sul, no Paraná, descreveu sua jornada até o diagnóstico. “Eu sempre fui muito ativa, fazia exercícios na praia, ia à academia. De repente, não consegui mais nem passear com meus cachorros. Passei por mais de 25 médicos e fiz uma infinidade de exames. Muitos diziam que era coisa da minha cabeça”, compartilha.

### O poder do diagnóstico

“Essa experiência me fez questionar tudo — minha força, minha sanidade. Eu me sentia um peso. Mas quando finalmente obtive o diagnóstico, foi como se uma parte de mim tivesse voltado. Entender o que estava acontecendo me deu forças para lutar por mim mesma, para me tratar e me aceitar”, complementa.

### Enfrentando o isolamento

Franciely admite que não existe felicidade plena enquanto se enfrenta dores constantes. “Quem tem fibromialgia frequentemente também lida com a depressão. A doença me isolou, fez eu repensar muita coisa. Mas, ao mesmo tempo, isso me levou à busca por conhecimento e à faculdade de Psicologia, onde passei a compreender melhor o sofrimento dos outros. Hoje, mesmo com limitações, escolho viver plenamente”, diz.

Quanto ao preconceito, ela é direta: “Enfrento todos os dias. As pessoas não reconhecem doenças invisíveis. Pelo fato de eu ser jovem e atriz, muitos não acreditam que eu possa estar sofrendo. A sociedade tende a achar que, se você tem boa aparência, não pode ter problemas sérios”.

### Cuidados diários

Para cuidar da saúde física e emocional, Franciely segue uma rotina rigorosa. “Faço pilates e musculação com fisioterapeutas que entendem da dor. Mantenho uma alimentação saudável e procuro evitar longos períodos em posturas que podem agravar a dor. Já adaptei até a escolha dos travesseiros”, explica.

“Meu tratamento envolve uma equipe médica completa: médico psiquiatra, psicólogo, neurologista e fisioterapeutas. Eu me exercito diariamente. E como sofro de dores na mandíbula, até um fisioterapeuta bucal me auxilia. Preciso evitar agitação à noite e barulhos excessivos”, detalha.

### Psicologia como acolhimento

Franciely destacou a importância do reconhecimento que recebeu com a medalha Chiquinha Gonzaga: “Foi mais do que uma homenagem ao meu trabalho, é um reconhecimento da luta que muitas vezes é invisível. Essa conquista veio em um momento de solidão após o diagnóstico”, afirmou.

Ela revelou que decidiu estudar Psicologia após perceber que precisava entender melhor sua dor. “A faculdade foi um espaço de acolhimento e motivação. Essa vivência me ajuda a ter empatia pelos meus pacientes e a lutar por maior conscientização sobre doenças como a fibromialgia, que ainda são mal compreendidas”, comenta.

### A saudade do palco

Com “América” de volta, Franciely está relembrando seu passado nas telinhas. “Assistir às reprises é uma alegria para mim. Reviver um trabalho que foi um sucesso e que teve grandes atores me traz saudade daquele tempo. A personagem Conchita foi muito especial, principalmente pela experiência de trabalhar com Gloria Perez e Matheus Nachtergaele”, comemora.

Ela é bastante lembrada também por suas atuações em novelas como “O Clone”, “Malhação” e “Orgulho e Paixão”. “Sinto falta de estar em cena e de fazer interpretações. Meu desejo é conseguir equilibrar minha carreira de atriz com minha nova profissão como psicóloga”, revela.

Se pudesse dar um conselho à jovem Franciely, ela diria: “Não desista. Haverá desafios, mas continue nadando”. E, por fim, compartilha uma recomendação valiosa: “Nem todo médico que trata de dor entende fibromialgia. Fuja de procedimentos que não parecem certos e deixe seus pensamentos negativos de lado”.

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